Isolamento e caracterização genética de amostras de mimivírus obtidas a partir de água de lagoas urbanas em Minas Gerais, Brasil
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B5SGV3 |
Resumo: | No ano de 2003 iniciou-se uma das fases mais importantes da virologia moderna, com o descobrimento do primeiro exemplar de vírus gigante pertencente à família Mimiviridae, sendo este denominado de Acanthamoeba polyphaga mimivirus (APMV). O isolamento do mimivírus, e sua posterior caracterização, impressionou a comunidade cientifica pelas dimensões da partícula e por aquilo que o genoma destes virus é capaz de codificar. Diante desse cenário, muitos genes/proteínas ainda são um campo aberto para estudos envolvendo aspectos evolutivos, funcionais e de caracterização de novos isolados de vírus gigantes. Nesse trabalho, o nosso objetivo foi isolar e caracterizar geneticamente amostras de mimivírus de duas lagoas urbanas localizadas no estado de Minas Gerais, Brasil. Para isso, 80 amostras de água coletadas da Lagoa da Pampulha (Belo Horizonte) e 85 da Lagoa Central (Lagoa Santa) foram processadas e inoculadas em amebas da espécie Acanthamoeba castellanii. Dois isolados foram obtidos dessas amostras, sendo denominados de Niemeyer vírus (NYMV) e Kroon vírus (KV), respectivamente. Após esse processo focamos inicialmente em fazer uma análise da presença, distribuição e perfil de relações filogenéticas de aminoacil-tRNA-sintetases apresentadas por diferentes amostras de mimivírus. Essas enzimas denotam importância por sua recente descrição em organismos virais, estando relacionadas com o processo de tradução de proteínas. Nossos dados demonstram que NYMV apresenta duplicações em três (metionil, tirosil e arginil tRNA-sintetases) das suas quatro cópias de aaRs, tendo metionil e tirosil aaRs uma maior expressão de RNA mensageiro (RNAm) quando comparadas com o protótipo APMV. As análises filogenéticas mostraram que em NYMV, cada uma das cópias duplicadas de aaRs apresenta uma origem distinta, sendo associada a diferentes grupos de mimivirus. Em uma outra parte do trabalho, buscamos obter uma melhor compreensão das diferenças estruturais, de organização e de relações filogenéticas relacionadas a região da proteína principal do capsídeo de nossos isolados, quando comparadas com outras diferentes amostras da família Mimiviridae. Os resultados demonstraram que o gene do capsídeo de mimivirus apresenta variações marcantes em termos de posição e tipos de regiões intrônicas e exônicas, até mesmo para vírus pertencentes a uma mesma linhagem. Além disso, o sequenciamento do RNA mensageiro do gene do capsídeo de KV e APMV demonstrou que, mesmo pertencendo à mesma família e linhagem, vírus gigantes relacionados podem apresentar diferentes maneiras de processar os seus transcritos para um mesmo gene. Os resultados apresentados nesse trabalho auxiliam no levantamento de novas questões acerca da origem e de pressões seletivas que envolvem o ganho e a perda de aaRs entre os vírus gigantes, além de contribuir para o entendimento da organização genética e de evolução do gene do capsídeo entre os mimivírus. |