Neoborda : uma direção do tratamento de crianças que não falam
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Psicologia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/62166 https://orcid.org/0000-0002-6305-6904 |
Resumo: | Esta pesquisa se insere em um regime discursivo que dispensa o uso genérico do termo autismo, vigente na lógica capitalista atual, que define como autistas todas as crianças que tropeçam no exercício da função da fala e que se defendem do laço social. Trata-se de uma pesquisa qualitativa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CEP/UFMG), a qual se baseia em uma análise longitudinal de um caso clínico atendido pela pesquisadora. O locus da pesquisa foi uma instituição clínica situada na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, onde tem sido realizado um estágio doutoral desde 2019. A coleta de dados da pesquisa foi realizada nas dependências da instituição, abrangendo desde a análise documental até entrevistas semiestruturadas, relatos de sessões, transcrições de vídeos de sessões e transcrições de vídeos caseiros cedidos pela família. Para fundamentá-la, partiu-se de três pressupostos epistemológicos da teoria psicanalítica — a foraclusão do furo (Laurent, 2012), a neoborda autística (Laurent, 2012) e a alienação retida (Maleval, 2021) —, que orientaram não só a escrita desta tese, como também a direção do tratamento de uma criança. O relato permite acompanhar a temporalidade da construção da linguagem, do corpo e do Outro e observar como esta possibilita ao sujeito tratar de sua alienação retida, da não-toda foraclusão de seu furo e, consequentemente, da construção de sua neoborda. Esta pesquisa evidencia que o ensino de Lacan oferece subsídios para nortear o que se pode propor como uma clínica de lalíngua, isto é, uma clínica voltada a privilegiar o que comparece na criança como detritos da linguagem, os quais fundamentam a junção de seu organismo à linguagem na tentativa de fazer corpo, mesmo que este permaneça incipiente para o laço social. Para concluir, no pós-escrito, os pais oferecem um testemunho sobre o tratamento psicanalítico da criança. |