Os órfãos da ditadura: causas e consequências do uso constante do regime militar como tema literário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Breno Couto Kummel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-8VGKM8
Resumo: Este estudo busca entender um problema pouco discutido na crítica da literatura brasileira: por que a grande pujança produtiva do sistema literário brasileiro durante a ditadura militar não teve continuidade com a recém-conquistada liberdade da redemocratização? Considerando que a situação política vigente no país era constantemente assunto de discussão e de obras artísticas, busquei no passado do empenho tradicionalmente presente na literatura brasileira um caminho para compreender melhor este momento, visto aqui como uma espécie de continuidade desta tendência histórica. Para compor este painel, é feita uma retrospectiva da literatura brasileira e seus diferentes desenvolvimentos do engajamento, tomando o incômodo de muitas figuras literárias com a consagração eminente de Machado de Assis como parâmetro de entendimento dos limites desta proeminência do critério do empenho. Busca-se neste estudo uma visão mais equilibrada do saldo produzido por esta constante do tema político no imaginário cultural durante o período ditatorial, pensando que a ausência de continuidade desta pujança produtiva durante a redemocratização tem relação direta com a riqueza literária do período anterior. Para melhor ilustrar esta interpretação deste momento crítico do sistema literário brasileiro, é feita uma leitura dos romances 'A Festa' (1976), de Ivan Angelo e 'Confissões de Ralfo' (1975), de Sérgio Sant'Anna, especificamente buscando nessas duas narrativas osdiferentes lugares do elemento político e da conjuntura social daquele momento autoritário. Por fim, é feita uma tentativa de entender como esses desenvolvimentosdo sistema literário brasileiro de quarenta anos atrás afetam a produção contemporânea, frequentemente descrita como descontínua em relação à tradição.