"Natura est Deus in rebus": a filosofia da natureza de Giordano Bruno e a ideia de mínimo
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA Programa de Pós-Graduação em Filosofia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/33373 |
Resumo: | A tese de um espaço tridimensional, infinito, homogêneo e preenchido com infinitos sistemas planetários heliocêntricos e éter é a ideia mais inovadora defendida pelo filósofo italiano Giordano Bruno (1548-1600). A importância desta teoria pode ser medida pela sua ampla repercussão na Revolução Cosmológica dos séculos XVI e XVII. Mas também pelas suas implicações antropológicas, religiosas e políticas, visto que ela reavalia a posição do homem no mundo e seus modos de se relacionar com a natureza e com Deus. Além disto, Bruno defende que os corpos são constituídos por átomos, antecipando assim as discussões da modernidade não apenas no que se refere ao máximo, mas também ao mínimo físico. Os estudiosos já demonstraram que a tese do universo infinito se fundamenta no chamado princípio de plenitude, no entanto, quanto ao mínimo físico, não é de todo claro qual a razão para defendê-lo, e quais são suas conexões com a tese cosmológica. Entendemos que os átomos seriam as primeiras partes do universo, mas por que precisamos supor isto ao invés de admitir a divisão contínua dos corpos? Com frequência busca-se por explicações nas filosofias que influenciaram o pensamento de Bruno, tais como o epicurismo, o pitagorismo e até mesmo a filosofia de Nicolau de Cusa. Não obstante, consideramos ser mais apropriado investigar suas razões internas do que reduzi-las às suas fontes históricas. Posto isto, colocamos as seguintes perguntas: quais são as motivações e os fundamentos teóricos da tese bruniana do mínimo? Existe alguma conexão entre esta teoria e sua cosmologia infinitista? Se sim, então o que isto revela sobre o papel de Bruno para o surgimento do pensamento moderno? Para responder a tais perguntas investigamos a possibilidade do princípio de plenitude também ser o fundamento teórico para o atomismo, e ser justamente este o elo entre o máximo e o mínimo. Ao fim, deverá ficar claro que em ambos os casos Bruno está seguindo sua concepção naturalista. Ele está determinado a retirar a natureza de uma depreciada posição ontológica em relação à causa primeira para elevá-la ao estatuto de unigenita natura: a mais perfeita e concreta atualização de Deus nas coisas. |