Entre ética e estética Freudianas: a função do belo e do sublime n' "A ética da psicanálise" de J. Lacan

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: Ram Avraham Mandil
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9RVKBE
Resumo: A fim de detectar os efeitos desse Seminário sobre a ética da psicanálise, sobretudo em sua perspectiva estética, e autorizados por uma afirmação de Lacan, na qual confessa ser este um Seminário que pode situar-se "entre ética e estética freudianas", é que nas dispusemos a seguir alguns passos no sentido de apreender o que ai está em jogo. O primeiro desses passos é a tentativa de localização da noção freudiana de sublimação, entendida como a vertente propriamente estética de sua teoria das pulsões. Essa apreensão da sublimação nos textos de Freud irá privilegiar a questão da satisfação ai envolvida, uma vez que a sublimação é identificada como uma das vias possíveis de encontro dessa satisfação. Nossa intenção aqui é de nos aproximarmos desse termo considerado chave, tanto para a definição dos marcos de uma ética da psicanálise, quanto para a apreensão de uma estética a ela vinculada. Nosso segundo passo nessa dissertação irá procurar identificar aquilo que Lacan nomeia, em seu Seminário-livro 7, como "o problema da sublimação". Acompanharemos aqui o esforço lacaniano recuperação da dignidade conceitual da sublimação, o reconhecimento dos problemas trazidos desde sua postulação por Freud e o papel que irá desempenhar na construção de uma perspectiva ética da psicanálise, que não se confunde com as orientações normatizadoras dadas até então pela maioria dos seguidores de Freud. Os passos seguintes procuram localizar as balizas do diálogo de Lacan com a tradição filosófica, sobretudo com relação aos temas da Estética. É assim que, no Capítulo III, iremos detectar aquilo que Lacan estabelece como função ética do Belo, circunscrita pelo campo psicanalítico. Essa função tomará sua medida seja em relação à tragédia grega especialmente com relação à "Antigona" de Sófocles, seja em relação à "fantasia fundamental" de Sade, revelada pela sua literatura libertina, ou ainda com referência às postulações de Kant a respeito do Belo na sua "Critica da Faculdade do Juízo". O passo final reconhecemos, não foi dado sem hesitação. Adentramos por uma via apenas mencionada por Lacan num parágrafo de seu Seminário-livro 7, onde detecta certas ressonâncias entre o sublime em Kant e noção de sublimaçãoem Freud. Levando em consideração a sugestão apresentada por Lacan nesse parágrafo, e posicionando-nos "entre ática e estética freudianas", ousamos identificar possíveis caminhos que apontariam para essa conjunção entre o sublime kantiano e a sublimação freudiana, sugerida por Lacan neste Seminário.