Fatores contextuais associados à autopercepção da extensão territorial da vizinhança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fabiano de Almeida Célio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/34426
Resumo: Introdução: Muitos estudos têm investigado a relação entre saúde e vizinhança. No entanto, essas pesquisas encontram desafios em questões metodológicas, como a correta delimitação de vizinhança. Para tanto, existem duas estratégias principais: a primeira utiliza fronteiras artificiais, geralmente criadas para finalidades administrativas; a segunda considera a definição do próprio indivíduo, a vizinhança autopercebida. Objetivo: Identificar os fatores contextuais associados ao tamanho da vizinhança autopercebida. Métodos: Dados individuais e do ambiente percebido foram obtidos por meio do inquérito domiciliar “Saúde em Beagá” (2008 e 2009), e os dados objetivos do ambiente por meio de Observação Social Sistemática (OSS), realizado nos Distritos Sanitários Oeste e Barreiro de Belo Horizonte, Minas Gerais. O “Saúde em Beagá” foi um estudo de amostra probabilística por conglomerado realizado em três estágios: setor censitário, domicílio e um residente adulto. Foram entrevistados 4.048 indivíduos, que deram origem a 1.295 segmentos de ruas por meio de sorteio aleatório. O sorteio foi realizado com endereços de residência, posteriormente agrupados em 147 vizinhanças, tomando como base o setor censitário. Para verificar a associação entre percepção da extensão territorial da vizinhança e os fatores contextuais observados, foi utilizada a regressão logística ordinal multinível. As seguintes variáveis contextuais foram testadas: escalas de percepção do ambiente físico e social da vizinhança, densidade demográfica e conectividade das ruas. Em seguida, foi avaliada a influência da segregação residencial por posição socioeconômica. No segundo nível, foram testadas as variáveis obtidas pela OSS. As covariáveis individuais foram utilizadas como ajuste em ambas as análises. Resultados: Residentes que perceberam sua vizinhança mais propícia ao deslocamento a pé (OR=2,96; IC95%: 1,29-3,82) e mais violenta (OR=1,35; IC95%: 1,12- 1,62); também perceberam sua vizinhança de forma mais ampla. Considerando a OSS, apenas o subdomínio itens de trânsito para pedestres (grade, faixa, passarela) esteve associado à percepção de maior extensão territorial da vizinhança (OR=1,26; IC95%: 1,04-1,54). A segregação residencial não esteve associada à percepção da extensão territorial da vizinhança. Conclusão: Os achados do presente estudo contribuem para o melhor entendimento do conceito de vizinhança autopercebida. A identificação dos fatores contextuais associados a essa variável pode ser utilizada para apoiar a construção e operacionalização de conceitos mais robustos de vizinhança. Estudos que considerem vizinhanças mais próximas dos locais vivenciados pelos indivíduos podem fornecer evidências mais sólidas sobre os impactos da vizinhança na saúde.