Análise palinológica da vereda da Fazenda Urbano, município de Buritizeiro, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Flavio Lima Lorente
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/MPBB-87YNWJ
Resumo: A vegetação é sensível às mudanças de umidade e de temperatura, dessa forma, a palinologia de sedimentos quaternários como os estudados na vereda da Fazenda Urbano podem ser um importante parâmetro para a reconstituição dos ecossistemas do passado e das variações paleoclimáticas ao longo do tempo. Neste contexto, este trabalho apresenta dados sobre a evolução paleoambiental e das mudanças da vegetação influenciadas pelo clima com base na análise palinológica da vereda da Fazenda Urbano, município de Buritizeiro, no Estado de Minas Gerais. A análise qualitativa dos palinomorfos foi realizada em 16 amostras coletadas ao longo de dois perfis sedimentares, Perfil 1 e Perfil 2, e permitiu a identificação de 83 palinomorfos. A análise palinológica do Perfil 1, aliada ao significado ambiental dos palinomorfos identificados e às datações radiocarbônicas, permitiram estabelecer duas palinozonas (FZU 1 e FZU 2) que refletem as mudanças nas condições paleoclimáticas e do paleoambiente. As palinozonas estabelecidas mostram em linhas gerais que a umidade aumentou gradativamente desde o final do Pleistoceno, mais especificamente entre 13.120 ± 60 e 1.500 ± 40 anos AP. A Palinozona FZU 1 (A e B), que representa o intervalo de tempo de 13.120 ± 60 a 11.640 ± 60 anos AP, foi caracterizada pelo predomínio de grãos de pólen de arbustos e ervas, representados principalmente por Poaceae, Asteraceae, Rubiaceae e Drosera. A fitofisionomia associada a esta palinozona foi a de Campo Limpo, que se caracteriza como uma formação campestre predominantemente herbácea, com raros arbustos dispersos e ausência de árvores. Os dados palinológicos sugeriram que as condições climáticas durante este intervalo de tempo eram mais secas que as atuais, condições estas semelhantes ao clima semi-árido, que é caracterizado por índice pluviométrico inferior a 1.000 mm e por déficit híd rico de sete a oito meses. A Palinozona FZU 2, registrada entre 6.000 (idade interpolada) e 1.500 ± 40 anos AP. foi caracterizada pelo aumento de grãos de pólen de elementos arbóreos e pela ocorrência de novos táxons arbustivo-herbáceos e arbóreos. Neste intervalo de tempo a fitofisionomia Campo Limpo, identificada na base do perfil, foi substituída por um mosaico dos tipos fitofisionômicos Campo Sujo e Cerrado sentido restrito com a presença de árvores típicas do bioma Cerrado, tais como Caryocar e Eriotheca. A partir de 6.000 anos AP (idade interpolada) foi registrado o aumento nos grãos de pólen de Mauritia flexuosa, sugerindo o estabelecimento da vereda como reflexo de condições climáticas mais úmidas do que as descritas para a palinozona FZU 1. A presença de Mauritia mostrou que o clima deveria ser igual ou semelhante ao semi-úmido. com índice pluviométrico acima de 1.000 mm e com estação seca com duração de cinco a seis meses, condições estas semelhantes e/ou comparáveis às condições climáticas atuais da região.