Participação da reação de hipersensibilidade imediata no desencadeamento da aversão à ingestão de clara de ovo em camundongos imunizados com ovalbumina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Marileia Chaves Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASEFQX
Resumo: Em vida livre, o modo como um animal seleciona sua dieta é um tema bastante complexo. Na literatura são descritos diversos fatores agrupados em comportamentais, biológicos e patológicos, que podem interferir nesse processo. Como o contato diário de macromoléculas da dieta com a mucosa intestinal pode ter várias repercussões imunológicas, é possível que o sistema imune também esteja interferindo na escolha alimentar de um animal. Já havia sido descrito que animais imunizados com ovalbumina que tiveram opção de escolher entre ingerir uma solução de clara de ovo adocicada ou água, rejeitaram a solução que continha o antígeno ao qual eles foram imunizados, ao contrário dos animais normais. Como essa resposta comportamental coincidiu com o aumento dos títulos de anticorpos específicos no soro, a proposta deste trabalho foi verificar a possível participação da resposta de hipersensibilidade imediata na aversão à ingestão de clara de ovo induzida imunologicamente. Foi analisada a correlação entre títulos de anticorpos anti-ovalbumina, em especial IgGl e IgE, e a aversão, em camundongos imunizados, normais e tornado tolerantes através de diversos protocolos de tolerância oral. Por interferirem na resposta tolerogênica, a ausência de flora intestinal, o envelhecimento e variações no protocolo de exposição oral do antígeno, foram utilizados como artifício biológico para a análise das correlações. Em todos os modelos experimentais utilizados (camundongos convencionais jovens-CVj, idosos-CVi e isentos de germes-GFj), observamos uma correlação entre presença de IgE específica no soro e desencadeamento da aversão 'a ingestão de clara. Essa correlação positiva foi também observada analisando a IgE no tecido, através de um teste funcional do aumento da permeabilidade vascular denunciada pelo extravasamento do azul de Evans. Em todos os modelos experimentais, a injeção sistêmica de ovalbumina resultou em maior quantidade do corante extravasado nas porções proximais do intestino, principalmente duodeno. Mesmo o intestino tendo se mostrado mais sensível que outros órgãos à intervenções sistêmicas do antígeno, a mucosa intestinal dos animais que tiveram opção de ingerir água ou clara durante 2 ou 24 horas, não apresentou qualquer alteração morfológica em GFj, CVj e CVi imunes comparados com normais e tolerantes. Mesmo quando os animais não tiveram outra opção líquida, a ingestão de clara de ovo só promoveu alterações patológicas discretas em camundongos GF (período de 24 h) ou camundongos convencionais (10 dias). Portanto, concluímos que, em animais sensibilizados, etapas iniciais da hipersensibilidade imediata podem desencadear alterações sensíveis na mucosa intestinal capazes de sinalizar para o sistema nervoso central a consequente ingestão de clara.