Lacan Leitor de Comédias: Contribuições a uma ética do Bem-Dizer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Laura Lustosa Rubiao
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-727FNG
Resumo: O trabalho consiste em resgatar a importância da dimensão cômica do desejo na Psicanálise, por meio da leitura de peças de teatro que consideramos expressivas para esse fim.Tomamos a comédia antiga de Aristófanes como fio condutor da discussão que leva da derrisão da imagem e do falo como parâmetros consagrados da regulação das relações inter-humanas - ou semblantes intrínsecos aos artifícios da cultura - até a implosão das formas excessivas e grotescas que sobrevêem ao estremecimento destes limites.Ainda que evidencie a vertence da disrupçã pela via do riso fora do sentido, a comédia não consiste em uma apologia dos excessos que assimilamos ao campo do gozo na Psicanálise. Por meio do recurso à ironia e à astúcia os protagonistas das tramas encontram um novo modo de encunciar as situações -limite com as quais são confrontados: lançam mão de soluções inventivas que tanto acolhem os efeitos de ruptura dos semblantes, quanto se impõe como inscrições permeáveis ao laço social. Encontram, portanto, como no domínio do Witz, um meio de tocar a verdade em seu ponto de inacabamento e precariedade.Esse movimento retém o interesse do psicanalista, na medida em que acarreta conseqüências no plano de uma Ética que possa renunciar à expectativa de subtrair o Bem do plano das paixões que oscilam sempre para um ponto de falta ou de excesso em seumodo de enunciação. Deslocando a felicidade de seu eixo idealizado, os protagonistas de comédias nos ensinam a encará-la no instante afortunado de um bem dizer não saturado por um saber prévio e definitivo.