Estudo epidemiológico e translacional sobre dor em odontologia
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil Programa de Pós-Graduação em Odontologia em Saúde Pública UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/31345 |
Resumo: | A dor, definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial pode receber diferentes denominações dependendo do local anatômico de onde se origina. A dor orofacial é reconhecida como “dor localizada acima do pescoço, na frente da linha das orelhas e abaixo da linha orbitomeatal, bem como dentro da cavidade oral”. Ela inclui, dentre outras, a dor de origem dentária, a mais prevalente, e a disfunção temporomandibular (DTM), condição de dor ou disfunção musculoesquelética que atinge a face em suas estruturas mastigatórias. A dor dentária é muitas vezes incapacitante, sendo um problema de saúde pública. O presente trabalho objetivou a avaliação da dor dentária na população adulta de Minas Gerais (Brasil) (35 a 44 anos) e sua associação com fatores biológicos e sócioeconômicos, além de elaborar, como produto técnico, material de nível científico com base em pesquisa translacional para o dentista clínico geral sobre os tópicos relevantes na área de bruxismo e disfunção temporomandibular. Para avaliação da dor dentária foram utilizados dados secundários obtidos do levantamento epidemiológico SB Minas Gerais 2012. Como variável dependente estabeleceu-se a dor de dente reportada nos últimos 6 meses, e as covariáveis foram: domínio (capital, interior I e II), sexo, cor da pele ou raça, renda familiar, histórico de cárie de raiz, condição periodontal, necessidade de tratamento dentário e última consulta odontológica. Como um segundo nível, variáveis municipais foram abordadas: IDH, analfabetismo, desemprego, renda de até metade do salário mínimo, renda de até um quarto do salário mínimo, cobertura das equipes de saúde bucal, acesso ao serviço dentário individual e média de escovação supervisionada. A população avaliada compreendeu 1.182 indivíduos (n=1,182). Um modelo de regressão logística multinível foi usado para inferir associação, considerando ao final uma significância de 5%. Os dados foram analisados no programa IBM SPSS Software versão 22.0, e a análise multinível realizada no HLM 6.08. Como resultado, 21.1% da amostra relatou dor dentária nos últimos 6 meses, e houve associação entre dor dentária e nível baixo de renda individual, cárie de raiz, condição periodontal e necessidade de tratamento (p<0,05). O aumento de um ponto porcentual na taxa de indivíduos com renda até um quarto do salário mínimo aumentou em 3% a chance de dor dentária em adultos em MG. Concluiu-se que fatores sócio demográficos e econômicos relacionaram-se à dor de dente na população avaliada, o que reforça a necessidade de uma maior abordagem destes fatores a fim de auxiliar o enfrentamento deste importante problema de saúde pública. Como produto técnico, foram elaborados dois artigos de revisão translacional, que por sua vez intenciona transmitir de forma sintética e com linguagem acessível conhecimentos de áreas específicas da odontologia. Os temas abordados, prementes na área odontológica, foram a atualização e a adequada abordagem clínica de pacientes com bruxismo e/ou disfunções temporomandibulares. Concluiu-se que, exceto para uso de placas oclusais, não há evidência suficiente para se sustentar qualquer abordagem terapêutica no bruxismo. Também não há evidência para a sustentação de tratamentos oclusais invasivos para bruxismo ou DTM. Recomenda-se cautela no planejamento protético destes pacientes. |