Isto não é uma Vênus : das cartografias venusianas às potências de um v(entre)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Flávia Virgínia Santos Teixeira Lana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/58785
Resumo: Esta tese tem como objetivo cartografar parte da iconografia da deusa Vênus, com o intuito de mostrar como essa mitologia atravessa os tempos e os espaços transportando uma série de caracteres e formas em comum, como o próprio ventre, que passa a se repetir nas imagens fundando padrões de gênero e sexualidade. A pesquisa se dividiu em 5 capítulos que entrelaçam poemas antigos, esculturas clássicas, pinturas renascentistas, arte moderna, arte primitiva e alguns conceitos apresentados, principalmente por Deleuze e Guattari, em diálogo com outras(os) autoras(es) da própria Filosofia e também das Artes, História, Arqueologia. No capítulo 1, Vênus como sentido, discutimos como os signos e conceitos relativos à deusa da beleza e do amor, desde as primeiras cosmogonias e esculturas antigas, fazem de Vênus, uma imagem hegemônica que ajuda a conceber o sentido de um suposto feminino, através de suas formas sensíveis, para além e aquém do que é sentido. No capítulo 2, Vênus como representação, apresentamos o lugar do patriarcado na construção de categorias representativas que faz de um certo tipo de homem a representação universal, em detrimento da mulher ou do corpo com útero, como seu mero duplo, oposto e conceitual. No capítulo 3, Vênus como rostidade, retornamos às esculturas antigas de Vênus para mostrar como a replicação de certos padrões, bem como a restauração recebida no século XVII, parecem marcar uma redundância que transforma todo o corpo feminino em uma única rostidade. No capítulo 4, Vênus como estrutura, partimos da pintura O Nascimento de Vênus, de Botticelli, para apresentar como a retomada do mito de Vênus pela arte renascentista se relaciona com o nascimento do Estado capitalista e com a moderna divisão sexual do trabalho. No capítulo 5, Vênus como devir, investigamos os motivos pelos quais algumas estátuas dos períodos Paleolítico e Neolítico, encontradas entre os séculos XIX e XX, receberam o nome de Vênus e como a arte primitiva pode nos ajudar a romper com a máquina binária que separa os sexos, corpos e a natureza.