Um homem da palavra: um estudo da poesia oral de Abel Tareco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cristina Nogueira Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7GCG8S
Resumo: Abel Tareco é cantador, contador de histórias, artesão, titereiro, trovador, membro da folia de reis (e outras folias), gritador de leilão... Enfim, poeta oral. Poderíamos dizer que Abel é homem que tem como proposta de vida o exercício da poesia. A obra de Abel Tareco é toda composta oralmente, não possui registro escrito. Sua poesia se manifesta cotidianamente, e de várias formas. Todas as manhãs, ele acorda por volta das 3h da manhã, antes do nascer do sol, e sai para fazer serenata nas ruas de Malacacheta. Acompanhado da viola ou da sanfona, Abel joga trovas, conversa por meio de versos com os moradores de Malacacheta, toma vários cafezinhos nas casas de conhecidos e retoma a sua casa, cheio de energia, por volta de 7h da manhã. Nesse percurso matutino, Abel fica sabendo de acontecimentos da cidade (crimes, notícias, questões políticas, eventos sociais) e sua voz passa então a funcionar como um 'noticiário', pois logo ele encaminha as notícias aos vizinhos, parentes e pessoas conhecidas (que não são poucas!). Muitas dessas notícias se transformam em narrativas poéticas. Nessas narrativas e também nas canções que o acompanham nas serenatas e eventos, percebemos toda sua habilidade performática: sua indumentária, seus adereços, gestos, expressões faciais e outras estratégias de sedução do ouvinte, que compõem a palavra desse poeta da voz.