O retorno do pai na democracia : da crise moderna à falência contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guilherme Farias Bezerra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Pai
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/44740
Resumo: Vivemos em uma época de emergência de líderes de extrema-direita dentro das sociedades democráticas. Assim como a crise na democracia no início do século XX ficou marcada pelo fascismo, atualmente vivenciamos um movimento semelhante, que mina a democracia e suas instituições. O presente trabalho propõe questionamentos acerca do mal-estar que provoca a aparição de políticos autoritários capazes de assumir o poder na contemporaneidade. Convocamos aqui a psicanálise, a fim de pensar sobre este fenômeno. Para responder ao questionamento proposto, foi realizada, como proposta metodológica, uma pesquisa teórica em psicanálise, desenvolvida ao longo de três capítulos. No primeiro capítulo é feita uma investigação sobre dois pais que aparecem na obra freudiana: o pai totêmico e o pai Moisés. É determinada a passagem de um pai cujo ordenamento era do Universal para um pai da razãosingular, sendo esta passagem o que possibilita a emergência da modernidade. No segundo capítulo, é desenvolvida uma discussão sobre as formações das massas e o populismo, e como a democracia possui um furo espectral que permite a emergência de líderes autoritários que buscam ocupar o lugar proibido do pai mítico. No terceiro capítulo, é empreendida uma reflexão sobre a contemporaneidade a partir da modulação subjetiva que declina o Nome-do-Pai como operador hegemônico, e sobre a ascensão da razão neoliberal que produz a desdemocratização e permite o retorno do pai na democracia.