Os condicionantes geoquímicos dos solos e da recarga sobre as concentrações de fúor dos aquiferos freáticos na região de Varzelândia e Verdelândia, semi-árido mineiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Sergio Melo da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9KBFUL
Resumo: Na região de Verdelândia e Varzelândia, localizada dentro do chamado semi-árido mineiro, águas freáticas utilizadas por comunidades isoladas tiveram detectadas concentrações relativamente elevadas de flúor. Com o objetivo de entender as altas concentrações e as relações com o meio físico, realizou-se uma estimativa de recarga a partir balanço hídrico climatológico, além da caracterização física e química dos solos e das águas. No balanço hídrico climatológico, verificou elevado déficit hídrico acima de 700 mm, para as três estações pluviométricas existentes na área. Registrou-se maior excedente hídrico e, consequentemente, maior recarga na região de Varzelândia. Os dados de recarga, conjugados com análises de trítio, permitiu definir dois modelos de recarga do aqüífero granular freático para a área: sendo a recarga direta o principal mecanismo para os aqüíferos a oeste, na região dos afluentes do Rio Verde Grande, enquanto na região leste, nas proximidades do Rio Verde Grande, ocorre menor recarga direta, recebendo, também, significativa recarga indireta, promovida pela ascensão de águas do aquífero cárstico-fissural sotoposto. Verificou-se também condições pedológicas e pedoquímicas distintas entre as duas áreas. Sendo que, na região dos afluentes, predomina solos in situ formados a partir do intemperismo dos calcários do Grupo Bambuí, com pequena participação de materiais detríticos, enquanto na região do Rio Verde Grande os solos são originados de sedimentos elúvio-coluvio-aluvionares. Quimicamente, os solos da região dos afluentes têm pH mais alcalinos e são mais ricos em bases, especialmente Ca2+. No que se refere ao flúor total, os solos da região dos afluentes apresentam concentração média de 334,8 ppm, enquanto na região do Rio Verde Grande apresenta média de 210,6 ppm. A mesma diferença acontece com os teores de flúor disponível, tendo 2,46 ppm no primeiro grupo e 1,82 ppm no segundo. Para as águas freáticas, a influência dos calcários é refletida com o predomínio de águas bicarbonatas-cálcicas para os dois grupos, embora se verifique concentrações maiores de cloreto para os poços próximo ao Rio Verde Grande. Em relação ao flúor presente nas águas, verificou-se concentração média de 0,48 mg/L (0,17 a 1,13 mg/L) para os poços da região dos afluentes, enquanto que na região do Rio Verde Grande a média foi de 0,32 mg/L (0,1 a 0,96 mg/L). A especiação química do flúor nas águas mostra média acima de 97 % para o íon fluoreto, sendo CaF2 a espécie secundária mais importante na região dos afluentes (1,5%) enquanto o MgF2 foi a mais importante na região do Rio Verde Grande (1,64%). A análise de correlação entre flúor das águas freáticas e os parâmetros dos solos mostrou haver forte correlação na região dos afluentes. Correlacionou-se positivamente o flúor da águas com pH e flúor disponível e xii negativamente com flúor total e acidez potencial (H+Al). Dessa forma, conclui-se que o flúor presente nas águas freáticas nessa região é resultante da lixiviação dos solos, favorecida pela maior taxa de recarga, pela maior concentração do elemento nos solos e a fatores condicionantes, como o pH elevado. Já na região do Rio Verde Grande, não foi verificado correlações importantes. Além disso, fatores como, a menor presença de flúor nos solos, bem como menor taxa de recarga, além da mistura de águas freáticas com águas antigas profundas, permite concluir que os solos não determinam, ou pouco influenciam, na presença de flúor