O aumento da contribuição das mulheres em união consensual para a fecundidade no Brasil: uma análise de decomposição.
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil Programa de Pós-Graduação em Demografia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/54656 |
Resumo: | No Brasil, entre 1980 e 2010, o percentual dos nascimentos ocorridos durante os doze meses anteriores à data de referência de cada Censo brasileiro de 1980 e 2010, entre as mulheres em união consensual, em relação às mulheres casadas formalmente e não unidas, cresceu em todos os subgrupos de idade reprodutiva, nível educacional, raça/cor, religião, região e setor residencial no período. Essa tendência de crescimento ocorreu simultaneamente com as transições da população em relação às variáveis sociodemográficas, e com as mudanças na associação dessas variáveis com a chance de ter filho dentro da união consensual. Diante dessa contextualização, este trabalho tem como objetivo mensurar a contribuição das mudanças dos componentes de composição e coeficiente no aumento da proporção de nascimentos atribuídos às mulheres em união consensual no cômputo da fecundidade total no Brasil, entre 1980 e 2010. Inicialmente, a análise do trabalho é referente às mulheres entre 15 e 49 anos por status conjugal. Segue-se o estudo com as mulheres entre 20 e 29 anos – foco de análise desta pesquisa – em união consensual. Utilizam-se as bases de dados dos Censos demográficos do Brasil de 1980 e 2010. Os métodos empregues são a regressão logística e a decomposição multivariada para modelos não lineares. Os resultados encontrados mostram que a variável referente ao nível educacional é a característica sociodemográfica que apresenta uma das relações mais fortes com a incidência de nascimentos dentro da união consensual. Essa tendência de crescimento da contribuição das mulheres unidas consensualmente para a fecundidade total no intervalo entre 1980 e 2010 foi acompanhada pelo declínio da fecundidade. Nessa perspectiva, ao analisar a decomposição de cada uma das variáveis, verifica-se que a composição da variável educação foi a que mais contribuiu positivamente para a queda dos nascimentos dentro da união consensual para as mulheres entre 20 e 29 anos no Brasil, entre 1980 e 2010. Porém, ao analisar as mudanças nos coeficientes, isto é, no comportamento reprodutivo, a variável educação foi a que mais contribuiu de forma negativa para a queda dos nascimentos. Conforme o resultado da regressão, a chance de uma mulher ter filho dentro da união consensual cresceu em todos os níveis de escolaridade no período analisado. Contudo, a chance de uma mulher com menor escolaridade se manteve superior a chance da mulher com maior nível educacional. Os resultados desta dissertação sugerem a hipótese que a expansão escolar tornou o grupo das mulheres mais escolarizadas heterogêneo, fato que possivelmente refletiu na propensão desse grupo de formar uniões consensuais e reproduzir comportamentos das gerações anteriores, dada a forte correlação entre renda e educação no Brasil. |