Morbimortalidade associada ao sangramento de Varizes de Esôfago em crianças e adolescentes com Hipertensão Porta
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/49864 |
Resumo: | Objetivos: Identificar e descrever as complicações e a mortalidade decorrentes após episódios de hemorragia digestiva alta nos pacientes pediátricos com hipertensão porta acompanhados no Serviço de Hepatologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFMG. Comparar as principais complicações nos dois grupos com OEHVP (obstrução extra-hepática da veia porta) e nos cirróticos, além de avaliar os fatores clínicos e laboratoriais que são preditivos para ocorrência das principais complicações. Métodos: estudo retrospectivo incluindo crianças e adolescentes com HP (hipertensão porta), cirróticos ou com OEHVP, que apresentaram hemorragia digestiva alta (HDA) no período de 1990 a 2021. Foram avaliadas as principais complicações durante a internação e a mortalidade em seis semanas de todos os episódios de HDA. Realizado ainda regressão logística binária para análise univariada e multivariada, sendo considerado significativo p<0,05. Resultados: foram incluídos 86 pacientes (58,1% feminino) que apresentaram 174 episódios de HDA. A mediana de idade foi de 5,0 (2,0-9,0) anos. 51,2% dos pacientes tinham OEHVP e 48,8% eram cirróticos (47,6% atresia de vias biliares). Os pacientes com cirrose apresentaram mais complicações que os do grupo OEHVP (84% X 47,5%, respectivamente, p<0,001) e maior tempo de hospitalização (11,5 X 8,2 dias respectivamente, p=0,048). Ascite foi mais frequente após episódios de HDA do grupo cirrose (64,9%) contra 17,5% do grupo OEHVP (p<0,001), assim como encefalopatia (24,5% X 3,8%, p<0,001). Infecções foram observados em 41,5% nos cirróticos e 18,8% nos pacientes com OEHVP (p=0,001). Injúria renal aguda ocorreu apenas entre cirróticos (5,4%), mas sem diferença estatisticamente significativa (p=0,063). A presença de cirrose foi preditiva para ocorrência de ascite (OR 12,7), encefalopatia (OR 7,8), infecções (OR 4,7) e complicações em geral (OR 20,3). Necessidade de hemotransfusão foi fator preditivo para ocorrência de qualquer complicação (OR 5,8), ascite (OR 7,2) e infecções (OR 3,8), no grupo geral de pacientes. Nos pacientes cirróticos também foi fator preditivo para alguma complicação (OR 11,3) e ascite (OR 5,8). Necessidade de expansão foi preditiva na ocorrência de alguma complicação (OR 4,6) e na ocorrência de infecções (OR 3,9), no grupo geral; além de ser preditivo para ocorrência de infecções nos cirróticos (OR 5,4). Falha de controle de sangramento foi preditivo para ocorrência de encefalopatia (OR 6,0) e para ocorrência de infecções (OR 3,7) no grupo geral, e nos cirróticos foi preditivo para ocorrência de encefalopatia (OR 9,1). Não houve nenhuma morte decorrente de HDA nas seis semanas pós-sangramento. Conclusão: embora sem impacto de mortalidade, o estudo comprova a relevância dos índices de complicações após episódios de HDA em crianças e adolescentes com HP, especialmente nos cirróticos. Os pacientes cirróticos e com instabilidade hemodinâmica que necessitaram de expansão e hemotransfusão à admissão por HDA apresentaram maior risco de desenvolver complicações. Assim, de forma semelhante aos adultos, é necessário avaliar através de estudos bem conduzidos a profilaxia primária de HDA em crianças assim como outras medidas para melhorar a ocorrência destes desfechos. |