How to deal with discourse markers: a prosodic, corpus-based, computational and experimental proposal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Saulo Mendes Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FALE - FACULDADE DE LETRAS
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/77007
Resumo: O foco principal desta pesquisa é examinar Marcadores de Discurso (MDs) em interações de fala espontânea. DMs são lexemas ou expressões que passaram por pragmaticalização. Eles não participam da construção do significado, sendo direcionados ao gerenciamento das interações faladas. As funções propostas variam muito dependendo dos objetivos e do método analítico, e a maioria dos estudos toma o léxico como ponto de partida. Contudo, uma mesma função pode ser realizada através de vários lexemas. Esta pesquisa adota uma abordagem diferente. O critério formal é a forma prosódica, considerada mais estável e reveladora no que diz respeito às funcionalidades dos DMs. O objetivo é compreender os fatores que contribuem para a veiculação dos DMs e como a forma prosódica pode ser utilizada para prever as respectivas funções. O referencial teórico utilizado é a Language into Act (L-AcT – Cavalcante, 2020; Cresti, 2000; Moneglia & Raso, 2014). A L-AcT vê os DMs como um tipo especial de Unidade Informacional (UI), que é veiculada por unidades prosódicas e possui restrições distribucionais. Com base em estudos anteriores (Cresti, 2000; Raso, 2014; Raso & Vieira, 2016; Raso & Ferrari, 2020), propõe-se um quadro de MDs revisto: o Alocutivo (coesão social); o Conativo (apontando para uma solução ilocucionária); o Expressivo (representando surpresa não ilocucionária); o Marcador (destaque); e o Incipitário (abrir uma TU ou um turno). São apresentadas evidências estatísticas e experimentais que apoiam a proposta. Uma amostra de UIs contendo candidatos a DM foi extraída do C-ORAL-BRASIL I (Raso & Mello, 2012). Os dados foram categorizados nas cinco classes propostas. Foram estimados 30 descritores prosódico-acústicos, incluindo forma entoacional, alongamento silábico e intensidade relativa. Diferentes modelos de classificação foram treinados e avaliados em validação cruzada. O melhor modelo de classificação obteve uma acurácia de 78%. Os resultados mostram que, apesar da grande variabilidade de contextos, falantes e estilos de elocução, é possível conseguir uma classificação razoável por meio da forma prosódica. Além disso, foi realizado um experimento para avaliar a capacidade dos participantes de reconhecer classes de DM que ocorrem na posição inicial com base apenas em pistas prosódicas. Foram selecionados 25 enunciados contendo três funções diferentes (ALL, CNT e INP) e sete lexemas diferentes. As instâncias foram registradas em um ambiente controlado e os originais foram manipulados para corresponder às formas prototípicas de outros DMs alvo. Os estímulos foram apresentados a 120 participantes. Os resultados mostram que todos os fatores controlados desempenham um papel relevante: o contexto original, a forma prosódica e o léxico. No entanto, apenas a forma prosódica é menos variável.