O estranho para si mesmo: os desdobramentos do eu n'"O Duplo" (1846), de Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Marco Antonio Barbosa de Lellis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7FZR5T
Resumo: Os desdobramentos do eu na modernidade, considerada esta no contexto do aparecimento das grandes metrópoles e da crise do racionalismo em meados do século XIX, serão trabalhados a partir da análise de "O Duplo" (1846), de Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski. Na novela do escritor russo, o protagonista principal duplicado no seu 'outro' suscita a percepção do eu como um estranho para si mesmo e a sensação de estranheza frente à realidade objetiva. O conceito de unheimlich ('o estranho'), desenvolvido por Freud em ensaio de mesmo nome, servirá de ferramenta para a leitura da novela, uma vez que lança luzes sobre a curiosa ambigüidade do texto de Dostoiévski, ao mesmo tempo em que é texto também emblemático da modernidade. O tema do desdobramento do eu se relaciona com a dicotomia entre a razão e a sensação, entre um eu e um não-eu, ambíguos porque simultaneamente diferentes e idênticos a si mesmos. Todo este contexto onde se inclui "O Duplo" revela o caráter polifônico da modernidade e de suas produções.