Critérios de gravidade e interrupção de gestações complicadas por pré-eclâmpsia precoce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Larissa Volpini Barreto Borém
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/39209
Resumo: As síndromes hipertensivas da gestação, embora sejam causa de morte materna evitável, ainda figuram entre as principais causas de morbimortalidade materna e perinatal, principalmente em países em desenvolvimento, onde os desfechos adversos são mais frequentes. A pré-eclâmpsia precoce com critérios de gravidade constitui desafio à assistência, uma vez que o tratamento eficaz para a doença materna pode trazer consequências graves para o feto, relacionadas principalmente à prematuridade. Alguns estudos sugerem que a conduta expectante pode melhorar o prognóstico fetal com baixo risco materno, em casos selecionados, mas ainda são insuficientes para uma conclusão confiável. Estão sendo desenvolvidos modelos preditivos de desfechos adversos maternos, PIERS e PREP, que ainda carecem de maiores estudos para influenciarem na tomada de decisão na prática clínica. Este trabalho foi desenvolvido na Maternidade do Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte. Trata-se de desenho retrospectivo em que a coleta de dados foi realizada a partir da análise de prontuários eletrônicos. O objetivo foi analisar as indicações de interrupção da gestação em pacientes com gravidez complicada por pré-eclâmpsia precoce com critérios de gravidade, o intervalo de tempo entre o diagnóstico e o parto bem como alguns eventos adversos e a mortalidade materna e fetal associadas. Os resultados encontrados demonstraram que a principal indicação de interrupção da gestação nesse serviço foi a impossibilidade de adequado controle pressórico materno. No entanto, observou-se que a maioria das pacientes não estava em uso de terapia anti-hipertensiva adequada. Não houve morte materna no período estudado, mas a frequência de desfechos adversos maternos foi maior do que o esperado de acordo com a literatura. Ainda, foi possível perceber que a média de intervalo de tempo entre o diagnóstico de pré-eclâmpsia grave e o parto foi de um a dois dias, traçando um perfil mais intervencionista de assistência. Os resultados encontrados podem estar relacionados a uma falha assistencial pré-natal que culmina com alta incidência de complicações, como descolamento prematuro de placenta e eclâmpsia, que demandam parto imediato. No entanto, a terapia anti-hipertensiva realizada na internação não parece estar seguindo as recomendações da literatura mundial. Sugere-se a realização de novos estudos, maiores, analisando as mesmas variáveis e aplicando os modelos PIERS e PREP, bem como pesquisas que analisem o benefício fetal a longo prazo da conduta conservadora. Sugere-se ainda a implementação de um protocolo assistencial para a instituição, com o objetivo de melhorar e uniformizar a assistência.