Coordenação do cuidado na atenção primária à saúde: uma análise na atenção à saúde da mulher e da criança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Maria Jesus Barreto Cruz Pires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/34499
https://orcid.org/0000-0003-2735-3909
Resumo: A coordenação do cuidado é uma estratégia fundamental para uma assistência à saúde de qualidade, sendo um parâmetro para avaliar a robustez do sistema. Este trabalho teve como objetivo avaliar a coordenação do cuidado na Atenção Primária a Saúde (APS) no Brasil, focando a associação do atributo com a qualidade na atenção nas áreas de saúde da mulher e da criança. Foi realizado um estudo transversal com base no banco de dados da avaliação externa do 2º ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) realizada nos anos de 2013 e 2014, e do 3º ciclo realizada entre os anos de 2018 e 2019, abrangendo equipes de APS distribuídas em todo o território nacional. Em uma primeira etapa, utilizando os dados do 2º ciclo foram analisadas as atividades de coordenação do cuidado realizadas pelas equipes, além das subdimensões referentes à saúde da mulher e da criança. A variável dependente foi o resultado da qualidade da atenção nas áreas de saúde da mulher e da criança e a variável independente foi o nível de coordenação do cuidado. Foram realizadas análises descritivas e aplicados testes de associação. Em uma segunda etapa do estudo, utilizando o banco de dados do 3º ciclo foram elaboradas três tipologias de coordenação do cuidado: PMAQ, Atlas e Observatório. Foram realizadas análises descritivas e aplicados os testes de Qui-Quadrado e Kruskal-Wallis. Na primeira etapa, foram avaliadas 28.056 equipes, 68,5% apresentaram nível baixo de coordenação, sendo que os mais baixos foram encontrados nos estrato 1 (78,5%) e 2 (74,7%). Dentre as regiões, o sudeste apresentou o maior percentual de equipes com alto nível (37,6%) e o norte com nível baixo (89,1%). Em relação à assistência à saúde da mulher, o percentual de equipes com baixo nível (70,3%) foi superior, enquanto para a saúde da criança houve um maior percentual com alto nível (63,3%). Verificou-se que possuir alto nível de coordenação - tanto na saúde da mulher (OR: 20,99) como na saúde da criança (OR: 6,42) - esteve associado a um alto nível de assistência nestas áreas. Na segunda etapa, foram avaliadas 35.350 equipes. Constatou-se diferença significativa (valor-p < 0,001) entre os níveis de coordenação, com predomínio de altos e médios níveis, respectivamente, para os três instrumentos, PMAQ (56,07% e 38,35%), Atlas (52,63% e 40,66%) e o Observatório (44,82% e 43,98%). Na comparação dos indicadores, houve diferença significativa entre as tipologias, com associação significativa (valor-p < 0,001) entre os estratos e os níveis de coordenação. Na comparação entre os indicadores, observou-se que pelo menos um estrato difere dos demais, padrão que se repete nas três tipologias. Pode-se concluir que no segundo ciclo houve predomínio de baixos níveis de coordenação do cuidado, uma associação positiva entre altos níveis de coordenação e altos níveis de assistência, tanto para a saúde da mulher como para a saúde da criança. No terceiro ciclo predominaram altos e médios níveis de coordenação, constataram-se diferenças significativas entre o PMAQ, Atlas e Observatório.