"Inventar uma pele para tudo": texturas da animalidade na literatura e nas artes visuais (uma incursão na obra de Nuno Ramos a partir de Georges Bataille)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Eduardo Jorge de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-9HXHBP
Resumo: A partir de uma reflexão sobre a pele, este estudo aborda a aparência, a anatomia, os abatedouros e a animalidade na literatura e nas artes visuais. Seu horizonte teórico compreende uma pesquisa transdisciplinar entre a literatura, as artes visuais e a filosofia contemporânea. No que concerne ao aspecto das migrações de conceitos entre distintas áreas, nosso ponto de partida é o pensamento heterogêneo de Georges Bataille. Ao lado desse aspecto, estudamos o conceito de autoapresentação ('Selbstdartellung') do zoólogo suiço Adolf Portmann, em "La forme animale" ("Die Tiergestalt") (1948, traduzido ao francês em 1961). Portmann enfatiza a forma animal pelo que ela tem de visível. Assim, discutimos a questão da forma e dos seus dispêndios. Antes, entre 1929 e 1930, Bataille publicou artigos e verbetes na revista "Documents" (que são de de grande contribuição para pensarmos a animalidade, da 'figura humana' ao 'informe'). Esse último termo possui um valor operatório para pensarmos a animalidade. Seja na revista "Documents", seja em "Les larmes d'Éros", existe uma forma de criar as idas e vindas da animalidade. Seguindo textos em que a animalidade é discutida ("Théorie de la religion", "Lascaux ou la naissance de l'art", "L'Histoire de l'érotisme"), Georges Bataille pensou o homem no limite da vida animal, descrevendo suas ligações com o erotismo, o dispêndio e os limites do útil. A animalidade, enfim, torna-se um modo e uma forma de evidenciar as plasticidades ao expor os corpos na cena dos viventes. Isso implica em um efeito visual que produz a sensação de uma presença dos animais em algumas obras, isto é, nas suas texturas, apresentações e representações. A pele, por fim, ao longo das distinções entre os homens e os animais, foi arrancada, aberta, cortada até que, para ser vista, origina diversas texturas da animalidade. Assim, de giro em giro, discutiremos esses aspectos na obra plástica e literária de Nuno Ramos.