Agora não estou mais só: o papel das uniões e dos filhos no comportamento de saúde masculino
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAS Programa de Pós-Graduação em Demografia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/51391 |
Resumo: | No Brasil, observa-se uma persistente disparidade entre as taxas de mortalidade femininas e masculinas. A maioria dos estudos aponta para uma relação positiva entre as uniões conjugais, a paternidade e o status de saúde – sobretudo masculino - em decorrência, principalmente, da atuação de fatores protetivos e maximização de recursos econômicos. Outros autores, por sua vez, baseiam-se na hipótese do efeito de seleção para explicação da vantagem dos indivíduos unidos com relação aos solteiros no que tange à saúde. Nessa perspectiva, os indivíduos saudáveis seriam mais atrativos e, consequentemente, mais propícios a ingressarem em uma união. Pautado nas perspectivas de atuação de efeitos protetivos e seletivos, este trabalho possui três objetivos. O primeiro objetivo é analisar a ocorrência de comportamentos de saúde selecionados (consumo excessivo de bebida alcoólica, tabagismo e direção perigosa) por status marital e propensão à união (formal ou informal) entre homens brasileiros de 25 a 39 anos. O segundo objetivo consiste na identificação de mecanismos pelos quais as uniões e a paternidade atuam na transformação ou manutenção comportamento de saúde masculino (consumo excessivo de bebida alcoólica, tabagismo, direção perigosa, higiene, vacinação) de homens da faixa etária supracitada. O terceiro objetivo do estudo é a identificação de pessoas e instituições que atuem como agentes de regulação e controle na saúde desses homens. Para responder aos objetivos, o estudo faz uso de técnicas quantitativas e qualitativas de análise. Utilizou-se o Propensity Score Stratification para o cálculo da ocorrência dos comportamentos por estrato de propensão à união (formal e informal). Além disso, foram realizadas 20 entrevistas em profundidade com homens unidos com e sem filhos, de diversos status socioeconômicos no município de Belo Horizonte - MG. Resultados da análise quantitativa sugerem a adição de comportamentos mais saudáveis por parte dos indivíduos formalmente unidos se comparados aos coabitantes e solteiros. Diferenças entre o grupo de coabitantes e solteiros, no entanto, não foram significativas. A identificação da atuação de mecanismos protetivos em ambos os tipos de união, formal e informal, na pesquisa qualitativa sugere que parte das diferenças entre esses grupos sejam decorrentes de atributos pré-maritais e atuação do efeito de seleção para ingresso em uniões informais. A identificação de tarefas domésticas relacionadas ao comportamento de saúde que são realizadas majoritariamente por mulheres ou que são de exclusividade feminina corrobora os padrões de gênero ainda marcados pela desigualdade no âmbito familiar. Mecanismos relacionados ao controle social indireto, como o compromisso interpessoal e os papéis sociais, foram identificados como transformadores da percepção de risco de determinados comportamentos considerados prejudiciais à saúde. Outros agentes de regulação, como a participação das sogras na dinâmica familiar e atuação da religião, mostraram-se relevantes para a transformação ou manutenção do comportamento de saúde na amostra analisada. A identificação dos mecanismos supracitados minimiza a hipótese de que a correlação observada entre os processos de formação de família e o comportamento de saúde se daria exclusivamente em decorrência do efeito de seleção de indivíduos com práticas saudáveis. |