O modelo de cuidado centrado no paciente: o caso de um hospital geral de grande porte de Belo Horizonte/MG
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil Programa de Pós-Graduação em Gestão de Serviços de Saúde UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/40043 https://orcid.org/0000-0001-8857-4487 |
Resumo: | O cuidado centrado no paciente é um dos seis atributos da qualidade em saúde estabelecidos pelo Institute of Medicine (IOM), dos Estados Unidos, em 2001. Neste novo modelo, o foco do cuidado passa a ser o paciente, que deve ser ativamente informado, para participar das decisões sobre seu tratamento. O objetivo geral deste trabalho consiste em analisar as contribuições da implantação do modelo de cuidado centrado no paciente para a qualidade do serviço prestado do Hospital Gama. Os objetivos específicos são: descrever o processo de implantação do modelo cuidado centrado no paciente no hospital; analisar a capacidade da equipe profissional de prestar o cuidado centrado no paciente, por meio da autoavaliação de suas competências; e analisar a experiência do cuidado centrado na perspectiva do paciente. O método de investigação escolhido foi o estudo de caso, com o uso de técnicas quantitativas e qualitativas para a coleta e a análise dos dados. Na parte quantitativa, os dados foram coletados por meio de dois instrumentos estruturados com escala tipo Likert: o instrumento cuidado no diálogo – escala de competências, aplicado aos profissionais de saúde (equipe multidisciplinar) com mais de seis meses de contratação; e o instrumento questionário Cuidado Centrado no Paciente, aplicado aos pacientes adultos ou acompanhantes. Ambos passaram pelas etapas de tradução, avaliação por painel de especialista, retrotradução, simplificação e validação. Responderam ao questionário 143 pacientes/acompanhantes e 148 profissionais de saúde. Foram realizadas entrevistas semiestruturada com 9 profissionais de saúde do Hospital Gama. Os dados dos questionários foram submetidos a análise estatística, que incluiu: Average Variance Extracted (AVE), alfa de Cronbach e confiabilidade composta. Já na parte qualitativa realizaram-se entrevistas semiestruturadas com técnicos de enfermagem, enfermeiros, supervisores de enfermagem, coordenador médico, coordenador de enfermagem e médico com cinco ou mais anos de trabalho na instituição. A técnica de seleção foi aleatória e não probabilística, resultante da disponibilidade de participar do estudo. O critério de encerramento da coleta de dados foi o de saturação teórica, com término de inclusão de novos sujeitos quando os dados obtidos passaram a apresentar redundância, na avaliação do pesquisador, permitindo inferir a necessidade de dados relevantes para prosseguir com a coleta de dados. O roteiro de entrevistas contemplou perguntas baseadas no modelo cuidado centrado, benefícios, desafios e dificuldades, sendo direcionado para obter informações que relacionaram algumas questões do questionário, na percepção dos sujeitos. O estudo mostrou que o paciente percebe este modelo no atendimento e que se sente fazendo parte do cuidado. Apurou-se que os profissionais de saúde foram mais críticos em sua autoavaliação, considerando que a implantação do modelo centrado no paciente ainda está em andamento, que existem algumas dificuldades na transição de modelo. E também que a comunicação efetiva e a gestão compartilhada para a tomada de decisões junto com o cliente ainda representam uma dificuldade a ser trabalhada na perspectiva dos profissionais de saúde. As contribuições da implantação do modelo de cuidado centrado foram: a organização dos processos: coesão da equipe; melhoria do atendimento assistencial; e desenvolvimento de uma cultura organizacional mais humanizada. Conclui-se que a transição para o modelo cuidado centrado no paciente requer transformações da cultura organizacional, à medida que se trata de um processo longo e gradual, que demanda esforços sistemáticos e concentrados. Os produtos técnicos gerados por esta pesquisa foram dois questionários estatisticamente validados, que serão adotados pela organização em estudo, podendo servir como um benchmarking para outros hospitais da rede, e outro como instrumento de avaliação periódica da evolução da implantação do modelo cuidado centrado na perspectiva do paciente/cliente, bem como das competências desenvolvidas pelos profissionais de saúde para o diálogo no cuidado centrado. Outro produto é um relatório técnico, a ser entregue à Diretoria contendo as ações empregadas até agora para a implantação do novo modelo, devidamente avaliadas, e sugestões de aperfeiçoamento. |