Anemia ferropriva e seus fatores predisponentes, em escolares da área rural de Novo Cruzeiro - Minas Gerais - Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Eliane Garcia Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUDB-8BSGZD
Resumo: A deficiência de ferro com ou sem anemia afeta diversas funções orgânicas, sendo problema de saúde pública e motivo de mobilização internacional e nacional para sua redução até 2003. Traçar a prevalência e etiologia desta carência é relevante, principalmente em populações de área rural, onde historicamente subsistem a pobreza com precárias condições sanitárias, educacionais e carência de serviços de saúde. Este estudo buscou caracterizar a deficiência de ferro e a anemia ferropriva bem como seus fatores predisponentes em 439 escolares da área rural de Novo Cruzeiro, MG, Brasil município situado no Vale do Jequitinhonha com Índice de Desenvolvimento Humano de 0,425 considerado como baixo índice. Foram avaliados: hemoglobina, ferro sérico (Fe), capacidade de ligação de ferro (CTLF), índice de saturação de transferrina (IST), antropometria, parasitose intestinal e aspectos sócio-econômicos. As análises estatísticas foram realizadas pelo Epi Info 6.04. Os escolares apresentaram idade de 7 a 15 anos e 50,1% da amostra era do sexo masculino. A prevalência de anemia encontrada foi de 12,1%, entre os escolares sendo 41,5% dos casos anemia ferropriva, tendo a freqüência aumentada com a elevação da idade do escolar (p=0,0137). A carência de ferro medida pelos níveis de Fe, CTLF e IST foi 17,1%, 31,7 % e 36,2% de casos, respectivamente, e não variou com o aumento da idade (p < 0,05). A antropometria pelo índice de massa corporal indicou 9,1% dos alunos com desnutrição e pelo indicador Altura/Idade 23,9% eram desnutridos. A desnutrição aumenta com a elevação da idade dos escolares (p < 0,05). Não foi encontrada relação estatística, usando teste qui-quadrado, entre desnutrição e os parâmetros de carência de ferro. As enteroparasitoses ocorreram em 70,1% dos estudantes e 42,7% dos alunos apresentavam infecção por ancilostomídeos e 40,7% por Schistosoma mansoni. A relação entre parasitose e níveis de ferro não mostrou associação estatística (p < 0,05). A população apresentou-se homogênea com precárias situações de sobrevivência quando avaliadas condições sócio-econômicas como: escolaridade materna, renda per capta e aspectos sanitários. Pelos resultados faz-se necessário elaborar programas de intervenção com estratégias de vigilância epidemiológica no local. Considerando a presença concomitante de vários fatores predisponentes da deficiência de ferro e anemia nos escolares, torna-se necessário aplicar um modelo estatístico mais sensível para melhor investigar as associações entre variáveis. A análise multivariada pode ser recomendada.