Agricultura familiar, trabalho e saúde na região metropolitana de Belo Horizonte / Ibirité - MG: estudo exploratório

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Renata Cláudia Gonçalves
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais; Brasil; FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO; Programa de Pós-Graduação em Educação e Docência; UFMG
• Palavras-chave em Português: Agricultura familiar; Trabalho; Agrotóxico; Saúde; Ibirité; Educação; Educação para o trabalho; Saúde e trabalho; Trabalhadores rurais - Educação
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/78083

RESUMO O aumento do uso dos agrotóxicos nas lavouras de agriculturas familiares do país transformou o Brasil no maior consumidor desses produtos, aumentando a necessidade de investigação das consequências trazidas à comunidade rural. O aumento de doenças entre trabalhadores que lidam diretamente com produtos desse tipo traz à tona a necessidade de mudança emergencial na maneira como são produzidos os nossos alimentos. O objetivo deste trabalho foi compreender por que os agricultores familiares de Ibirité, foco desta pesquisa, utilizam esses produtos em suas lavouras, mesmo cientes dos riscos à sua saúde. Durante o desenvolvimento desta pesquisa, percebeu-se que vários estudos foram realizados em diversas regiões do país e revelaram um quadro crescente de exposições e danos a saúde humana e de contaminação ambiental, dentre outros impactos negativos. O uso desmedido destes insumos traz consequências nefastas e de grande preocupação para os estudiosos deste assunto, desde doenças crônicas silenciosas até o suicídio. Dados coletados foram registrados em gravadores e câmeras de celulares durante o período da realização do trabalho em campo. Foram aplicados questionários semiestruturados com blocos de perguntas para caracterização socioeconômica e análise sobre a maneira como esses trabalhadores desenvolvem suas atividades relacionadas ao uso desses insumos, desde a aquisição dos agrotóxicos até a lavagem das roupas, os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), utilizados por eles. Essa pesquisa foi fundamentada em referências bibliográficas sobre o assunto abordado, leis regulamentadoras e em entrevistas realizadas com os agricultores de Ibirité, cidade alvo da pesquisa. Tal estudo resultou na elaboração de um produto com conteúdos formativos, dinâmicos e esclarecedores, cuja finalidade é agregar conhecimentos para amenizar e colaborar com os trabalhadores rurais na busca de melhorias de vida, dentro e fora do campo. Nesse contexto, conclui-se que, não existe a viabilidade do cumprimento das inúmeras e complexas medidas para o “uso seguro” desses agrotóxicos e que a agricultura familiar de Ibirité está cada vez mais refém desses insumos causadores de diversos malefícios à saúde dos trabalhadores. Porém, é provável que por meio da elaboração de políticas públicas em interação com áreas interdisciplinares como saúde, educação, assistência social e gestão pública, seja viável amenizar os riscos à saúde e melhorar a qualidade de vida desses produtores e, por consequência, de todos os envolvidos no processo de plantio e consumo da agricultura familiar da cidade de Ibirité.