Além das nuvens : crítica à filosofia nos fragmentos da comédia antiga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Bruno Salviano Gripp
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7P4JE9
Resumo: Partindo das interpretações tradicionais das Nuvens que tentam interpretar a longa questão sócratica suscitada pela diferença de caracterização entre o Sócrates 'filosófico' e o Sócrates 'aristofânico', levantamos a hipótese de que tal diferença é, ao menos em parte, tradicional, ou seja que Aristófanes esteja trabalhando com uma maneira tradicional da comédia de ver Sócrates. Sugerimos que não apenas a caracterização de Sócrates, mas a caracterização de toda a filosofia antiga segue um padrão já estabelecido, tradicional. A base para tal afirmação são os fragmentos cômicos de outros autores que tratam Sócrates de uma maneira razoavelmente semelhante, outros fragmentos que mencionam Protágoras, os fragmentos que mencionam Pródico e a disposição em cena do conflito de dois tipos de educação que é a base do conflito das Nuvens. Com uma breve verificação dos fragmentos da Comédia Média, percebemos que estes são dúbios, uma vez que tanto confirmam as teorias básicas de um tratamento padronizado, como também apresentam uma diferença fundamental em relação à comédia antiga: as alusões são específicas, e os poetas demonstram possuir uma verdadeira noção do que defendem os atacados. Tal discrepância pode-se explicar por uma mudança na posição social da filosofia no século IV, mudança essa que inviabiliza toda discussão da comédia antiga que pouco se interessa nas doutrinas em si mas naquilo que elas representam como uma quebra na tradição. Depois faz-se uma breve análise da origem da figura do pensador na comédia, de onde que foi moldado, e esposamos a teoria de que ele tem origem numa identificação com o parasita. E por fim tenta-se responder à razão de Aristófanes ter escolhido Sócrates imaginamos que o motivo principal, é que, ao contrário de todos os outros pensadores, incluídos filósofos, retores e todo tipo de intelectual, Sócrates é ateniense, e somente atenienses podem ser criticados em cena na comédia antiga, está é a principal razão da escolha de Sócrates como o alvo de Aristófanes