Impactos secundários da pandemia de covid-19 na incidência da fragilidade, na ingestão de energia e nutrientes, na massa e força muscular e na performance física de pessoas idosas longevas não frágeis: estudo de coorte
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil ENF - DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/51181 |
Resumo: | Introdução: A pandemia da covid-19 afetou de maneira desigual as pessoas idosas sendo as mais orientadas a manterem medidas de distanciamento e confinamento domiciliar que podem interferir de maneira negativa na saúde. Diante disso, foram conduzidos dois estudos de coorte para avaliar os impactos secundários da pandemia nessa população. Esta dissertação está apresentada em formato de dois artigos. Objetivos: No primeiro artigo, o objetivo foi avaliar a incidência de fragilidade e a identificar as associações entre os domínios do Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional–20 (IVCF-20) e a fragilização. Já no segundo artigo o objetivo foi avaliar o impacto da pandemia da covid-19 na ingestão de energia e nutrientes e analisar as alterações na massa muscular, força e performance física. Metodologia: Estudo de coorte, com pessoas idosas acima de 80 anos, não frágeis segundo a Escala Visionalógica de Fragilidade, até 12 meses antes do início da pandemia. No primeiro artigo, este momento foi considerado a linha de base. No seguimento a avaliação se deu por meio da aplicação remota do IVCF-20. A incidência de fragilidade considerou a diferença entre estes dois momentos. Já o segundo artigo incluiu apenas as pessoas que continham uma avaliação presencial em até 12 meses do início da pandemia. Neste artigo, avaliou-se a ingestão calórica e de nutrientes, massa e força muscular, e performance física. Resultados: No primeiro artigo, a incidência de fragilidade de 20,6%. As pessoas idosas longevas que fragilizaram apresentaram maior dependência em: deixar de fazer compras (p<0,001) e de controlar o próprio dinheiro (p<0,001) e deixar de fazer trabalhos domésticos (0,010), assim como em deixar de tomar banho sozinho (p=0,041). A piora da cognição foi mais presente nas pessoas idosas que fragilizaram. A presença de desânimo/tristeza/desesperança foi elevada (92,3%) e teve associação com a fragilização (p<0,001). Na análise multivariada, a fragilização esteve associada com piora do esquecimento (RR=2,39; IC95% 1,27-4,46), perda de interesse e prazer na realização de atividades (RR=4,94; IC95% 1,98-12,35) e incontinência esfincteriana (RR=2,40; IC95% 2,91-1,53). Já no segundo artigo encontrou-se durante a pandemia melhora da ingestão de proteína de 52,6g para 63,9g (p=0,013) e dos micronutrientes: vitamina C 35,4 mg para 76,1mg (p=0,027),vitamina B12 de 2,2mg para 3,1 mg (p=0,045),cálcio de 435,1mg para 631,5mg (p<0,001),magnésio de 186,5mg para 198,9mg (p=0,043),zinco de 5,8 mg para 7,6 mg (p=0,009),ferro de 6,9mg para 7,2 mg (p=0,035) e potássio de 1941,6mg para 2115,5 mg (p=0,048).Não houve diferença na massa, força e performance física. Conclusão: A incidência de fragilização entre as pessoas idosas longevas durante a pandemia foi alta o que reforça a necessidade de avaliação das mesmas de maneira integral. No entanto, as pessoas idosas demostraram melhora da qualidade da dieta consumida e manutenção dos parâmetros físicos mesmo com todas as adversidades provocadas no período da pandemia. |