Reinfecção experimental de camundongos BALB/c imunossuprimidos com ciclofosfamida utilizando cepas de Toxoplasma gondii pertencentes a diferentes tipos genéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Letícia de Azevedo Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/SAGF-8ACN2M
Resumo: A ocorrência de reinfecção pelo Toxoplasma gondii foi confirmada em modelos experimentais utilizando camundongos, contudo, ainda não está estabelecido se esse processo é genótipo-dependente e ainda não existem estudos que avaliem a reinfecção em camundongos imunossuprimidos. Para verificar interferência das diferenças genotípicas entre as cepas de T. gondii no processo de reinfecção e avaliar o efeito imunossupressor da ciclofosfamida (Cy) na suscetibilidade ao desafio, grupos de camundongos BALB/c foram primo infectados com a cepa D8 (recombinante I/III) ou ME49 (tipo II), ambas não virulentas, e após 45 dias foram desafiados com as cepas CH3 ou EGS (recombinantes I/III e virulentas). Outros camundongos foram inoculados seguindo o mesmo protocolo, porém foram imunossuprimidos semanalmente pela Cy, iniciando 5 dias antes do desafio. Trinta dias após o desafio, cistos cerebrais de cada camundongo sobrevivente foram inoculados em camundongos BALB/c para realizar o bioensaio. O restante foi inoculado em camundongos Swiss para obtenção de taquizoítos que foram recuperados e submetidos à análise por PCR-RFLP (marcadores L363 e cS10-A6) para confirmar a reinfecção. A cinética da produção de anticorpos IgG total, IgG1, IgG2a, IgM e IgA anti- T. gondii foi avaliada pelo método de ELISA. Além disso, foi avaliada a ação da Cy sobre os leucócitos circulantes de camundongos primo infectados. De forma geral, a infecção primária com a cepa D8 conferiu maior proteção ao desafio com as cepas CH3 e EGS do que a infecção primária com a cepa ME49. A PCR-RFLP foi mais sensível que o bioensaio para confirmar a reinfecção, e mostrou que camundongos primo infectados com a cepa ME49 se reinfectam com as cepas CH3 e EGS, enquanto camundongos primo infectados com a cepa D8 se reinfectam apenas com a cepa EGS, mais virulenta que a cepa CH3. A imunossupressão aumentou as taxas de reinfecção e de mortalidade dos animais. A reinfecção nos camundongos imunocompetentes foi relacionada ao aumento nos níveis de anticorpos IgM e IgA após o desafio. Por outro lado, 30 dias após o desafio, os camundongos imunossuprimidos e desafiados apresentavam níveis de IgM e IgA significativamente menores que os não imunossuprimidos desafiados, sugerindo que essas imunoglobulinas participam da proteção contra a reinfecção. A Cy causou leucopenia significativa em camundongos primo infectados, com redução no número de linfócitos e neutrófilos, o que provavelmente favoreceu a reinfecção. Conclui-se que a suscetibilidade de camundongos BALB/c à reinfecção pelo T. gondii está relacionada às diferenças genotípicas entre as cepas da infecção primária e do desafio, à virulência da cepa usada no desafio e à alteração da integridade imune do hospedeiro, o que provavelmente compromete a proteção previamente estabelecida pela infecção primária.