Lobo Antunes e Blanchot: o diálogo da impossibilidade (figurações da escrita na ficção de António Lobo Antunes)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cid Ottoni Bylaardt
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ALDR-6NHGQY
Resumo: O objetivo desta tese é empreender uma leitura cuidadosa de sete romances do escritor português António Lobo Antunes, sob a luz das concepções de literatura de Maurice Blanchot. Numa perspectiva comparativista, relaciona-se esse universo ficcional às formulações do filósofo francês, o que produz um diálogo bastante fecundo, e às vezes surpreendente. Para Maurice Blanchot, a literatura só é possível no domínio da impossibilidade, na busca não-explicitada da escrita, sem plano nem objetivo, que independe da pessoa do escritor. Sustentamos que a fabulação romanesca antuniana sucumbe a esse domínio órfico irrecusável, propiciando o levantamento de questões como a dispensa do autor do texto, a literatura como impossibilidade, a tormenta da escrita literária, o silencia na literatura, o désoeuvrement, a escrita do neutro, a concepção blanchotiana de imagem e símbolo, a origem noturna do texto literário. Todos esses elementos se revelam consistentes para estabelecerem sólidas relações entre os trajetos da ficção de Antônio Lobo Antunes e o pensamento de Maurice Blanchot.