O recurso às escolas internacionais como estratégia educativa de famílias socialmente favorecidas
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/FAEC-85LRUZ |
Resumo: | Este trabalho busca compreender o recurso à escolarização internacional como estratégia educativa de famílias brasileiras. Os sujeitos da pesquisa (N=94) foram abordados através de entrevistas semidiretivas. São pais e estudantes - um total de 38 famílias usuárias e ex-usuárias das duas escolas internacionais de ensino fundamental e médio da cidade de Belo Horizonte (a escola americana EABH e a escola italiana - Fundação Torino), além de professores e ex-professores de ambos os estabelecimentos. Estudos que analisam as estratégias educativas familiares, na atualidade, e servem de referencial teórico desta investigação, têm destacado a progressiva relevância do recurso ao internacional entre os investimentos educacionais de grupos favorecidos socialmente. De prática comum entre as elites financeiras, as experiências internacionais de escolarização surgem, nos tempos recentes, como alternativa também de outros grupos sociais e associadas a diferentes níveis do ensino: fundamental, médio e pós-graduação. Em sua maior parte realizadas no exterior, essas pesquisas sinalizam a importância de uma compreensão da dimensão local que tal fenômeno assume - situado e determinado que é pelas relações de poder simbólicas entre as nações - para o entendimento da rentabilidade que bens internacionais possam proporcionar a grupos nacionais distintos que deles se utilizam. Os resultados obtidos revelam investimentos em diferentes recursos internacionais por parte de grupos sociais diversos quanto à natureza dos capitais que fundam sua posição de favorecimento. Assim, a EABH surge como alternativa de famílias fortemente favorecidas do ponto de vista econômico que, asseguradas das outras vias possíveis de internacionalização dos filhos, além da escolar, investem, sobretudo, no aprendizado e domínio prático (ou manutenção) do idioma inglês que esse estabelecimento pode oferecer e nas características não propriamente internacionais que compõem sua proposta de formação. Já as famílias da escola italiana, cujo patrimônio simbólico é protagonizado pelo capital cultural em sua versão escolar, buscam naquele estabelecimento o contato com estrangeiros e uma formação humanista européia como estratégia de aquisição da dimensão internacional que ressentem em seus recursos culturais até então acumulados. Tomadas em conjunto, essas famílias vislumbram, como retorno de seus investimentos na escolarização internacional, a aquisição de capitais e disposições que julgam essenciais ao futuro bem sucedido dos filhos. |