Investigação dos receptores dopaminérgicos D1 e D2 no desenvolvimento motor de larvas de zebrafish (Danio rerio) durante a janela desenvolvimental de 3-5 dias pós fertilização

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Johnny Erick Martins Costa
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais; Brasil; ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS; Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas - Fisiologia e Farmacologia; UFMG
• Palavras-chave em Português: Dopamina; Zebrafish; Neurogênese; Comportamento motor; Fisiologia; Peixe-zebra
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/35268

Distúrbios mentais são enfermidades altamente limitantes e prejudiciais. Investigações diversas, tem demostrado a existência do desequilíbrio dopaminérgico nessas condições. Entretanto, poucos são os trabalhos que demostram a participação da sinalização dopaminérgica durante a gênese cerebral e sua relação com esses distúrbios. Sabe-se que a dopamina tem diversas funções fisiológicas, incluindo comportamento motor voluntário, motivação, tomada de decisão, recompensa, processos imunológicos dentre outros. Além disso, a dopamina já é expressa em estágios iniciais de desenvolvimento e contribui para migração e diferenciação de neurônios durante a formação do cérebro. Porém, os mecanismos envolvidos na modulação do neurodesenvolvimento pela dopamina são pouco conhecidos. O desafio é ainda maior para estudar os mecanismos envolvidos no desenvolvimento intrauterino. De acordo com esse conhecimento prévio, utilizamos larvas de zebrafish como ferramenta experimental para investigar o papel de receptores dopaminérgicos no desenvolvimento do comportamento motor. Em trabalhos anteriores do nosso grupo, observamos que a sinalização dopaminérgica modula a fosforilação tanto de DARPP-32 quanto de Akt no cérebro de larvas com 3 e 5 dias pós-fertilização (dpf). Também foi demonstrado que o aumento de dopamina durante a janela desenvolvimental 3-5 dpf altera tanto o comportamento motor quanto o desenvolvimento do sistema GABAérgico. Recentemente, foi visto que algumas dessas alterações motoras se mantém até o 14 dpf. Nesse trabalho, utilizamos ferramentas farmacológicas para investigar o papel dos receptores dopaminérgicos D1 e D2 no desenvolvimento do comportamento motor. Nós observamos que as larvas tratadas com dopamina, agonista e antagonistas dos receptores D2, mas não agonistas e antagonistas do receptores D1, entre 3-5 dpf apresentaram redução do comportamento motor, tanto em 5 dpf quanto em 7 dpf. Porém, com 7 dpf, as larvas apresentaram leve recuperação. Curiosamente, também observamos diferenças quando o comportamento motor foi analisado no claro comparado com escuro sugerindo um componente aversivo. Nossos resultados contribuem tanto para a compreensão do papel da sinalização dopaminérgica no desenvolvimento do cérebro quanto para o aperfeiçoamento do zebrafish como ferramenta experimental.