Michel Foucault e a resistência política : contracondutas, atitude crítica e insurreição iraniana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ester Mariana dos Santos Joaquim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/55666
Resumo: A presente dissertação parte da tese foucaultiana de que “não há poder sem resistência”. Nossa hipótese é de que: a resistência deve ser entendida como fio condutor do pensamento político de Foucault. É a partir daí, também, que é possível compreender melhor outras noções foulcaultinanas, tais como: revolução, contraconduta, levante, insurreição, luta, atitude crítica, desassujeitamento, liberdade. De acordo com Foucault, o poder não deve ser analisado como sendo da ordem de uma representação do poder soberano, da lei ou da dominação. Em relação de imanência com o poder, representando o outro termo nessas relações, estão os diferentes pontos de resistência. Dessa forma, a resistência é tão produtiva quanto o poder. Com isso em mente, a pesquisa enfocou o ano de 1978, que corresponde ao curso no Collège de France: Segurança, território, população e aos textos iranianos. Tal recorte acompanha a inflexão realizada por Foucault em seu percurso intelectual. A partir desse momento, a questão da subjetividade ganha relevo, assim como a resistência ganha proeminência, sobretudo, sob a forma de uma investigação sobre os modos de autoconstituição do sujeito. Isso é possível, também, porque Foucault alarga sua concepção de poder, ou melhor, realiza um deslocamento estratégico, introduzindo o conceito de governo e de governamentalidade. Podemos ver, a partir de então, como se articulam poder, resistência, subjetividade e liberdade. Observou-se que a tese foucaultina sobre o poder/resistência possui dois desdobramentos: um político e um ético, que foram apontados ao longo do texto. São essas aberturas que permitem compreender que o sujeito é constituído, mas também constitui a si mesmo; da mesma forma que o poder constrói a realidade, sempre há a possibilidade de uma reconfiguração das relações de poder. Há, aqui, uma compreensão do político em que o confronto não é acidental. A resistência é aquilo mesmo que integra a política, é o que estrutura as relações poder. O poder só é poder na medida em que inclui a sua negação na forma da resistência. Isso é o que permite redimensionar a relação entre subjetividade e poder.