Letras móveis na alfabetização: reflexões sobre as possibilidades de uso em sala de aula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Mariana Rocha Eller Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Programa de Pós-Graduação em Educação e Docência
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/76667
https://orcid.org/0009-0002-7457-9994
Resumo: Esta pesquisa, de natureza qualitativa, propôs analisar os usos de letras móveis em turmas de 1o ano do Ensino Fundamental de escolas públicas de Belo Horizonte, buscando mais especificamente identificar as motivações das professoras para o uso de letras móveis em turmas de alfabetização; analisar as propostas didáticas com letras móveis realizadas em sala de aula; evidenciar a ação didática das professoras no uso de letras móveis; e identificar os desafios das docentes na utilização desse recurso didático em sala de aula. Para embasar a pesquisa, a fundamentação teórica foi organizada em três tópicos: o processo de apropriação do sistema de escrita alfabética; a mediação pedagógica no processo de ensino e aprendizagem; e, letras móveis como recurso didático na alfabetização. Para atingir os objetivos pretendidos, foram selecionados dois instrumentos de coleta de dados: a entrevista semiestruturada e a observação. Foram realizadas quinze entrevistas com professoras do 1o ano do Ensino Fundamental e as docentes indicaram, em suas falas, o valor do uso das letras móveis em suas turmas, a partir das seguintes justificativas: o material é concreto, tem caráter lúdico e proporciona o desenvolvimento de importantes habilidades de alfabetização. Além disso, as professoras refletiram sobre as diferenças na reflexão das crianças quando escrevem palavras com as letras móveis e quando escrevem no papel e destacaram que, utilizando as letras móveis, não há o trabalho motor de traçar as letras e apagar a escrita, o que possibilita à criança arriscar mais, testar suas hipóteses e deter a atenção para as correspondências grafofonêmicas. A maioria mencionou a utilização frequente em sala de aula, de duas a três vezes por semana e apontaram também que utilizam mais as letras móveis de plástico e papel. Foram indicadas vinte e uma propostas didáticas com as letras móveis, sendo as mais citadas: escrita do nome próprio e dos colegas; análise da palavra; organização das letras em ordem alfabética; ditado; autoditado; pareamento de letras e lista de palavras. As professoras ainda elencaram os desafios que enfrentam no uso de letras móveis em turmas de alfabetização. Em relação à materialidade, indicaram a dificuldade de acesso ao recurso na escola e de produção do material em casa, a pouca durabilidade do material e ainda o desafio do armazenamento das letras. Em relação aos usos, as professoras destacaram a dificuldade de realizar o planejamento de propostas e mediações significativas que equilibrem a dimensão lúdica e pedagógica e mencionaram também a agitação das crianças durante as ações. Além das entrevistas, foram realizadas observações de doze propostas didáticas com letras móveis em três turmas do 1o ano. Foi possível observar a diversidade do uso das letras móveis e a potencialidade desse recurso didático. Também foi analisado o agir didático das professoras na condução das propostas didáticas e as formas de feedback fornecidas às crianças. Como recurso educacional, foi elaborado um ebook com sugestões de propostas didáticas com letras móveis e orientações para o professor sobre as possibilidades de mediação e uso desses recursos pedagógicos em turmas de alfabetização.