Entre campos e cantos: para uma sociologia do futebol amador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lívio Rodrigues Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-99BFB4
Resumo: O futebol vem conquistando um espaço cada vez maior no interior das ciências humanas, se tornando um objeto de estudo muito requisitado. Entretanto, apenas alguns poucos pensadores considerados consagrados se voltaram para o estudo do futebol. João Lyra Filho (1974) foi, provavelmente, o primeiro sociólogo brasileiro a dedicar uma obra exclusiva a uma sociologia do esporte, com especial atenção ao futebol. Embora não tenha dedicado nenhuma obra exclusiva ao futebol, ao esporte em geral, como fizera João Lyra Filho, Gilberto Freyre (1947) - entusiasta assumido do futebol nos tempos em que não havia, ainda, a unanimidade atualmente verificada - também escreveu algumas páginas sobre este esporte tentando compreendê-lo a partir da perspectiva da mistura de raças, da democracia racial1. Além deles, destaca-se Anatol Rosenfeld que em três estudos sócio-antropológicos, reunidos na obra Negro, Macumba e futebol (1993), assume a difícil empreitada de desvelar e compreender o processo de democratização do futebol em terras brasileiras, o qual incorporou elementos das classes pobres, sobretudo dos negros. Não poderíamos deixar de alocar Roberto da Matta (1979) neste panteão de grandes cientistas sociais que, em algum momento das respectivas obras se prestaram a pensar, a discorrer ou pesquisar o futebol. Suas ideias acerca do modo como através do futebol subverte a lógica das relações sociais no Brasil, baseada em éticas únicas e duplas, as quais, tipicamente, são verificadas em sociedades em que se mesclam elementos modernos e tradicionais. É importante notar que havia uma preocupação comum entre estes grandes autores em compreender mais aprofundadamente como se processou e como se processa o grande apego do brasileiro por este esporte, discutindo minuciosamente a construção do que ficou conhecido como jeito brasileiro de se vivenciar, de se praticar o futebol, ou seja, eles tentaram entender como o futebol ganha no Brasil os contornos e as proporções atuais, se tornando o que Nelson Rodrigues chamou de a pátria de chuteiras.