"Sou dona do meu horário": a uberização sob a ótica de mulheres motoristas de aplicativo de transporte individual privado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gabriela da Silva Portugal Cobra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/77938
Resumo: Em um contexto de escassez de empregos no mercado de trabalho formal, o trabalho plataformizado surge como uma alternativa de obtenção de renda, em especial para aquelas que exercem trabalho de cuidado e necessitam de uma jornada de trabalho flexível. Esta nova modalidade de trabalho é caracterizada pela flexibilidade de horário e pela promessa de autonomia e liberdade para os trabalhadores, responsáveis pelo gerenciamento da sua rotina e jornada de trabalho de acordo com suas necessidades. Muitas mulheres, em razão da indisponibilidade total para o mercado de trabalho, auferem menor remuneração em comparação aos homens e sofrem com discriminação no trânsito e assédio moral e/ou sexual dos passageiros. Dado que os trabalhadores assumem os riscos e os custos da operacionalização do serviço, as motoristas devem dar conta de sua sobrevivência num contexto de desigualdades e adversidades postas pela divisão sexual do trabalho e pelas condições de trabalho. O recorte de gênero dentro do tema do trabalho plataformizado ainda é pouco pautado de modo que quase nada se sabe sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na ocupação. Portanto, este estudo pretende contribuir para a superação desta lacuna. Tem-se como objetivo geral compreender, a partir das perspectivas das trabalhadoras, as vivências das motoristas no trabalho por aplicativo de transporte individual privado. Para alcançar o objetivo geral foram definidos dois objetivos específicos: a) compreender as razões pelas quais as trabalhadoras se inseriram e permaneceram no trabalho por aplicativo; b) compreender as percepções das motoristas sobre o trabalho a partir de suas experiências. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, a partir da aplicação de entrevistas semiestruturadas submetidas a uma análise temática. Verifica-se que a precarização do trabalho plataformizado é acentuada no caso das mulheres, pois além dos limites impostos pelo trabalho de cuidado, elas ainda enfrentam desafios decorrentes das condições de trabalho.