A new look into Peter Townsend’s Holy Grail : the theory and measure of poverty as relative deprivation

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Samuel Sousa de Azevedo Maia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAFICH - FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/65760
https://orcid.org/0000-0003-0430-0767
Resumo: O desenvolvimento da ciência da pobreza foi, em grande parte, impulsionado pela necessidade de definir com mais precisão o que é pobreza, bem como de fornecer critérios teóricos e empíricos para identificar aqueles que dela sofrem. Esta dissertação se concentra em uma resposta notável a essas e outras questões fundamentais: a concepção e a medida de pobreza do sociólogo britânico Peter Townsend. Townsend define a pobreza como privação relativa causada pela falta de recursos. Essa concepção, juntamente com sua “medida de corte” correspondente, constitui alguns dos principais componentes de sua teoria da pobreza. A teoria procura responder o que a pobreza é, suas causas, e como ela pode ser erradicada, e é detalhada em sua obra magna, Poverty in the United Kingdom: A Survey of Household Resources and Standards of Living (1979). O principal objetivo desta dissertação é interpretar a teoria a partir da adesão de Townsend ao ideal de liberdade de valores. Sua busca por esse ideal foi motivada pelo que considerava ser uma influência generalizada e deletéria dos valores morais e políticos nas medidas, teorias e políticas sobre a pobreza ao longo da história científica e política do fenômeno. Argumento que para se livrar dessa influência, Townsend buscou ser o mais guiado possível por valores epistêmicos, o que se traduziu no desenvolvimento de uma teoria sistemática da pobreza. Esta é a estrutura da dissertação: No Capítulo 1, situo a concepção e a mensuração da pobreza de Townsend no contexto tanto da história recente das linhas de pobreza científicas quanto das mais importantes abordagens para sua mensuração. O Capítulo 2 discute a natureza sistemática da teoria, incluindo seu papel como uma teoria de médio alcance que funciona como ponte entre teorias de escopo amplo e dados empíricos. Essa conexão é alcançada por meio de vários elementos: uma concepção de pobreza; hipóteses e observações antropológicas relacionadas aos elementos constitutivos da concepção; medidas para testar essas hipóteses; uma explicação da pobreza; e relatos sobre como a pesquisa foi conduzida. Além disso, a teoria de Townsend se alinha a teoria de mensuração de Bradburn et al. (2017), segundo a qual uma boa medida deve ter uma concepção do fenômeno em questão, uma representação, e procedimentos para coleta dos dados relevantes. Acrescentando-se a isso, devem ser fornecidos argumentos que mostram que esses três componentes estão numa relação adequada. Nos capítulos restantes, apresento e discuto os principais elementos da teoria: sua concepção de pobreza como privação relativa causada pela falta de recursos, junto das hipóteses e observações relacionadas (Capítulo 3); as representações dessa concepção e os procedimentos de coleta e processamento de dados, bem como a garantia de sua confiabilidade (Capítulo 4); e a explicação da pobreza (Capítulo 5). Concluo apresentando o que Townsend considerava as “prescrições para políticas públicas” de sua teoria. Apesar de suas possíveis deficiências, também argumento que a teoria de Townsend atende a um importante valor epistêmico: ela é frutífera.