A perspectiva da escola a respeito das famílias de estudantes em um território de alta vulnerabilidade: um estudo de caso
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/46012 |
Resumo: | Apesar da existência de diferentes configurações familiares, o senso comum ainda associa a ideia de família ao modelo nuclear, heteronormativo, constituído por meio de um casamento composto por pai, mãe e filhos. Os ambientes escolares também são afetados por esse imaginário, embora isso ocorra em diferentes graus e de diferentes maneiras, a depender das especificidades do local examinado. Este trabalho pretende responder à seguinte pergunta: Como as expectativas dos docentes e demais agentes escolares acerca de um modelo familiar ideal formatam as relações desses agentes com os estudantes e famílias com os quais lidam cotidiana e concretamente? Pretendeu-se responder a essa pergunta com base na análise de dados secundários (transcrições de entrevistas e grupos focais com professores e equipe gestora) oriundos de uma pesquisa realizada anteriormente pelo Observatório Sociológico Família Escola (OSFE) em uma escola localizada em uma região de alta vulnerabilidade de Belo Horizonte. Dada a afinidade encontrada entre o material empírico disponível e os estudos em sociologia da chamada da "Escola de Chicago", o cerne da interpretação aqui apresentada baseia-se na Teoria da Rotulação de Howard Becker (2009) e no conceito de Estigma de Erving Goffman (2008). Conclui-se que os entrevistados – professores e a equipe gestora – consideram que pais e responsáveis não valorizam a escola como instituição de ensino, mas como um local de segurança e apoio aos estudantes, dada a realidade de vulnerabilidade que vivenciam, o que desvaloriza o caráter educacional da instituição. Embora assumam as fragilidades decorrentes das condições socioeconômicas das famílias, na perspectiva da escola os familiares dos estudantes seriam ausentes e omissos, por não comparecerem quando solicitados, e por não participarem das atividades realizadas pela instituição. Dessa maneira, os familiares foram julgados recorrentemente como "carentes", acepção que abarca atributos financeiros, educacionais e/ou afetivos valorizados. |