O acolhimento multiprofissional na instituição psiquiátrica: percepção dos profissionais envolvidos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Danielle Gonçalves Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
Programa de Pós-Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/51278
Resumo: O acolhimento é uma diretriz operacional da Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde (SUS) e se apresenta como um recurso capaz de remodelar o processo de trabalho nos serviços de saúde. Este estudo aborda o acolhimento na saúde mental, especificamente, como fator de mudança para o processo de trabalho na urgência de um hospital psiquiátrico. O objetivo consistiu em analisar a percepção dos profissionais de saúde que participam do acolhimento multiprofissional em um hospital psiquiátrico acerca de como foi sua implantação e como se dá seu funcionamento. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa com aplicação de entrevistas semiestruturadas junto a nove profissionais do hospital psiquiátrico, sendo estes profissionais das diversas categorias: medicina, enfermagem, serviço social, terapia ocupacional e psicologia. O tratamento analítico dos dados se deu via análise de conteúdo. Os resultados da pesquisa revelaram que alguns profissionais possuem um conhecimento limitado acerca da função do acolhimento. Em relação ao trabalho multiprofissional identificou-se que as ações do acolhimento em alguns momentos são realizadas de modo fragmentado, notadamente em decorrência da hegemonia do saber médico. Não existe um envolvimento de todos os profissionais para legitimação da mudança no processo de trabalho; há uma fragmentação na relação entre o profissional médico plantonista e profissional não médico. Os profissionais reconhecem as contribuições no atendimento às necessidades dos usuários e quanto à interlocução internamente e com a rede de serviços de saúde e saúde mental, com percepção de que houve redução no número de internações. Conclui- se, portanto, ser fundamental repensar e reafirmar o atual modelo assistencial no hospital psiquiátrico, sendo necessário investir em tecnologias leves como escuta, acolhimento e vínculo e elaborar estratégias para atender as necessidades dos usuários sem ter como recurso assistencial primordial a internação, notadamente a de longa permanência. É reafirmada a necessidade de práticas legitimadoras de decisões compartilhadas a fim de que a assistência em saúde mental se concretize de modo interdisciplinar com vistas à efetivação da integralidade.