Participação digital em momentos de catástrofes : o enfrentamento à pandemia no Brasil
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAF - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Ciência Política UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/46752 |
Resumo: | A pandemia do novo coronavírus colocou o Brasil em um estado de calamidade e a inação do governo federal fez com que governos subnacionais se destacassem no enfrentamento aos desdobramentos sanitários, sociais, econômicos e culturais da doença. Neste contexto, despontaram pelo país iniciativas de participação social para envolver a população em processos de decisão governamentais. Este trabalho teve como objetivo realizar um mapeamento das iniciativas digitais de participação, institucionalizadas pelos Executivos municipais, que ocorreram durante 2020 no enfrentamento à pandemia, e uma análise sobre a percepção dos secretários municipais em relação ao uso destes mecanismos no contexto da catástrofe. Para tanto, realizou-se uma revisão da literatura sobre os seguintes temas: participação social, efetividade da participação, democracia e internet, participação digital, democracia em momentos de catástrofes, participação em momentos de catástrofes, e internet em momentos de catástrofes. O mapeamento, realizado através de combinação de palavras-chave no portal de buscas Google, encontrou 104 iniciativas, distribuídas em 72 municípios brasileiros. Os achados mostram predominância de iniciativas relacionadas à educação a distância e à retomada do ensino presencial, e maior expressividade na Região Sudeste e nos municípios de grande porte. As iniciativas foram principalmente de conselhos municipais, seguidos por consultas públicas, comitês participativos e audiências públicas. A partir deste levantamento, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com secretários(as) municipais responsáveis pela implementação de alguns dos casos, a fim de investigar a motivação destes em incluir a participação da população em momentos de calamidade. Após categorização e análise dos dados, conclui-se que o papel conferido à participação social neste período foi sobretudo de diagnóstico dos problemas públicos e dos efeitos da pandemia na população, e que havia uma expectativa de que esta ação poderia conferir maior legitimidade às decisões governamentais. No que diz respeito ao uso de mecanismos digitais, constata-se um distanciamento entre a literatura sobre democracia e internet e a percepção de gestores públicos sobre o uso de mecanismos digitais nos serviços públicos. |