Análise descritiva de um programa de assistência ao paciente pediátrico internado no domicílio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Helena Francisca Valadares Maciel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-73BGKY
Resumo: Este estudo descreve o desempenho de um programa de assistência domiciliar ligado a um hospital público do Estado de Minas Gerais, relativo ao período de 2001 a 2003, durante 26 meses. Foram estudados 176 pacientes, o total dos internados pelo Programano período e suas famílias. As variáveis estudadas referem-se a condições sociais e econômicas da família e do cuidador, condições de internação do paciente, sua evolução no domicílio, procedimentos realizados e recursos utilizados. Fontes de dados: prontuários do paciente no hospital e no domicilio e documentos administrativosrelativos a profissionais, alimentação, transporte, processamento de roupas e limpeza. Resultados: O estudo evidencia a maioria absoluta das famílias em condições sócioeconômicas precárias, sendo que 35% não possuíam nenhuma renda, 55% estavam abaixo da linha de probreza e 15% habitavam em favelas. As mães eram a maioria doscuidadores que não tinham o ensino fundamental completo, trabalhava no lar ou como domésticas e foram considerados satisfatórios pela equipe em 93%. A idade das crianças, à internação no Hospital, variou de dois dias a 13 anos, sendo 50% abaixo de 16 meses. Cerca de 47% estavam abaixo do percentil 10 da curva do NCHS e 1/3 abaixo do percentil 3. As doenças respiratórias, leishmaniose visceral e septicemia predominaram. À internação domiciliar 99% apresentavam instabilidade clínica e alguns casos exigiam cuidados especiais (traqueostomia, gastrostomia e oxigenoterapia). Cada paciente recebeu em média 28 visitas e 50% receberam até 15. Todos receberam visita médica. O tempo de internação no domicilio variou de um a 427dias com uma média de 36 dias por episódio. Cerca de 24% receberam procedimentos grau III de complexidade. 12% foram re-hospitalizados pertenciam, na maioria, às famílias de pior condição sócio-econômica e apresentavam condições clínicas mais desfavoráveis à internação. A mortalidade foi de 1,1%, por insuficiência respiratória. O custo do paciente-dia enquanto no hospital foi de R$ 172,00 e no domicilio de R$ 59,00. Discussão: A taxa de mortalidade foi semelhante à do hospital. Pacientes instáveis e complexos foram assistidos com segurança. O custo por paciente-dia foi significativamente mais baixo confirmando as evidências da literatura. O tempo médio de internação foi bem mais alto que o tempo médio no Hospital, no período, sugerindo maior gravidade dos pacientes, dificuldade de transferência à atenção primária de saúdee eventual resistência das famílias à alta. Conclusões: Essa modalidade de assistência mostrou-se viável e eficaz no CGP, mesmo em condições sócio-econômicas precárias e em situações que exigem procedimentos complexos. Os resultados apontam para menores custos e maior satisfação das famílias. Sugerem-se entretanto espaços para novos estudos comparativos com a internação convencional e aprofundamento dos estudos para tão com compartilhamento das ações entre os dois níveis de atenção à saúde.