Fungos micorrízicos arbusculares no crescimento, extração de metais e características anatômicas da Brachiaria decumbens Stapf em solo contaminado por metais pesados
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DCS - Programa de Pós-graduação UFLA BRASIL |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/3479 |
Resumo: | A intensificação da urbanização e das atividades industriais e agrícolas tem causado grande expansão das áreas contaminadas com metais pesados e conseqüências adversas ao meio ambiente, havendo necessidade de desenvolver tecnologias eficazes para remediação destas áreas. Uma tecnologia promissora é a fitorremediação, que consiste na utilização de plantas e sua microbiota associada para degradar ou remover matérias tóxicos do solo. Entretanto, os estudos desta técnica não tem dado a atenção devida aos microrganismos do solo, em especial aos fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) que exercem efeito protetor para as plantas e facilitam absorção de íons da solução do solo. No presente trabalho avaliou-se a influência de diferentes FMAs no crescimento e na capacidade da Brachiaria decumbens de extrair Cd, Zn, Pb e Cu de um solo contaminado, bem como a influência destes fungos e da contaminação sobre as características anatômicas desta planta. Para isto realizaram-se dois experimentos em potes de plástico em casa de vegetação com mistura de solo contaminado contendo em mg kg-1: Zn=3.300; Cu=60; Cd=29 e Pb=73 (extração Mehlich-1), onde plantou-se Brachiaria decumbens inoculada ou não com 14 isolados de FMAs. Constatou-se que este nível de contaminação exerce efeito tóxico acentuado para a B. decumbens e que este efeito é amenizado pela inoculação com certos FMAs. O efeito protetor da simbiose é associado à redução da absorção ou translocação dos metais das raízes para a parte aérea, sendo efeitos diferenciados para os 14 isolados estudados. A inoculação causou aumento médio na produção de matéria seca de 84% em relação às plantas não inoculadas. Mesmo havendo redução na absorção de alguns metais, plantas micorrizadas aumentaram a quantidade de metais extraídos pela B. decumbens. Estes aumentos foram: 845, 142, 68 e 54% para Cu, Pb, Zn e Cd, respectivamente. Os efeitos na extração foram mais consistentes para o Cu. Apenas A. spinosa, A. morrowiae-UFLA e G. gigantea foram capazes de aumentar a extração dos quatro metais estudados. Estes efeitos dos FMAs aumentam o potencial fitorremediador da B. decumbens em solo tropical contaminado. Na segunda parte deste estudo avaliaram-se os efeitos da contaminação e da inoculação com FMAs selecionados sobre características anatômicas da planta. Verificou-se acentuada modificação nas folhas destacando-se redução no tamanho dos vasos e no número de células do parênquima foliar em conseqüência da elevada absorção dos metais. Este efeito foi de baixa intensidade nas plantas colonizadas por isolados que exerceram efeito protetor à planta. Houve também alterações na anatomia das raízes destacando-se redução na espessura e a área proporcional do córtex e do cilindro central e aumento na epiderme, exoderme e parênquima lignificado. Em raízes de plantas colonizadas com S. pellucida verificou-se alterações nos encaixes celulares da exoderme, endoderme, havendo encaixes tipo braciforme. Conclui-se que os efeitos dos FMAs na proteção e acúmulo de metais pesados na B. decumbens difere de modo acentuado. Estes efeitos são mais acentuados e consistentes para S. pellucida e A. morrowiae, sendo esses resultantes da maior retenção, principalmente do Cu nas raízes. Fica demonstrado o potencial desta simbiose para a fitorremediação de solos contaminados com metais pesados. |