Estratégias de transfusão de hemácias em pacientes internados em UTI: revisão sistemática e metanálise em rede e tradicional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Leandro Souza Machado da lattes
Orientador(a): Pinheiro, Bruno do Valle lattes
Banca de defesa: Fernández, Pablo Alejandro Cardinal lattes, Hallack Neto, Abrahão Elias
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11838
Resumo: Introdução: O nível ótimo de hemoglobina que indica transfusão de hemácias em pacientes críticos ainda é alvo de controvérsias. Metanálises tradicionais não mostraram diferenças entre estratégias restritiva e liberal de transfusão nesses pacientes, mas os estudos analisados estabeleceram diferentes níveis de hemoglobina como definição das estratégias. Conduzimos uma metanálise em rede para avaliar o impacto de diferentes níveis de hemoglobina usados como gatilho para transfusão de hemácias em pacientes críticos. Métodos: Ensaios clínicos randomizados que compararam dois níveis de hemoglobina como gatilho para transfusão de hemácias em adultos internados em unidade de terapia intensiva (UTI) foram pesquisados em bases de dados eletrônicas. Após análise de títulos e resumos dos estudos selecionados, aqueles relevantes foram lidos na íntegra para identificação dos selecionados para extração de dados. O desfecho primário foi mortalidade precoce e os secundários foram mortalidade tardia, duração da internação na UTI e hospitalar, ocorrência de eventos adversos e proporção de pacientes que receberam transfusão. A metanálise em rede foi feita com abordagem frequentista, com metanálise multivariada com efeitos randômicos. Também foi conduzida uma metanálise tradicional, a partir da classificação das estratégias transfusionais em restritivas ou liberais. Resultados: Foram incluídos 7 estudos (2848 pacientes). Não houve diferenças significativas entre os gatilhos para transfusão avaliados na metanálise em rede (7, 9 ou 10 g/dl), em relação à mortalidade precoce e os demais desfechos clínicos. O gatilho de 7 g/dl associou-se a menor probabilidade de transfusão. Na metanálise tradicional não se observaram diferenças entre as estratégias restritiva e liberal de transfusão em relação a nenhum desfecho, exceto ao menor risco de transfusão de hemácias entre os pacientes da estratégia restritiva. Conclusões: O menor gatilho para transfusão reduz o risco do paciente receber esse tratamento. Essa redução não é acompanhada de diferenças em relação a mortalidade, duração de internação ou ocorrência de eventos adversos, podendo ser adotada em pacientes críticos.