A família negra na Freguesia de São Bom Jesus dos Mártires: incursões em uma demografia de escravidão no Sul de Minas (1810-1873)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Delfino, Leonara Lacerda lattes
Orientador(a): Oliveira, Mônica Ribeiro de lattes
Banca de defesa: Carrara, Ângelo Alves lattes, Botelho, Tarcísio Rodrigues lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5277
Resumo: Empreendemos neste trabalho, através do entrecruzamento de documentos como, recenseamentos (mapas de população e listas nominativas), junto ao conjunto de registros paroquiais (assentos de batismos e casamentos) e processos de inventários post-mortem, o esforço de avançarmos na discussão acerca da família escrava, sobretudo para as regiões que se dedicaram à economia interna de abastecimento. O local eleito para esta investigação foi a freguesia de São Bom Jesus dos Mártires de Pouso Alegre, localidade sul-mineira, estrategicamente situada numa região de rotas de tropas e de dinâmica inserção na rede Centro-sul de abastecimento interno ao Rio de Janeiro nos Oitocentos. O método utilizado efetuou-se em duas etapas: Na primeira, buscamos por meio da mensuração de dados, apreendermos elementos antecedentes às incursões da família escrava entre a população negra, tais como: distribuição de grupos em diferentes categorias, definidas pelo critério de condição social (livres/ escravos/libertos); origem: (crioulos/ africanos); cor (pretos/ pardos); composição de sexo e idade. Na segunda etapa, efetuamos quantificações concernentes à composição da família escrava, propriamente dita. Procuramos visualizar pela freqüência de legitimidade entre os ―filhos inocentes‖ de escravos indicada pelos assentos batismais, entrecruzados aos mapas de população (1833-1835) e assentos de casamentos, a importância destas uniões oficialmente sancionadas para os escravos. Apreendemos deste resultado, uma alta incidência de uniões legítimas entre a população escrava no contexto social da Freguesia e Município de Pouso Alegre., até o presente, pouco identificada para o contexto da província de Minas. No que concerne aos ―padrões de escolhas‖ efetuados entre os cônjuges cativos nestas uniões, constatamos o predomínio exogâmico por origem, ou seja, aquelas efetuadas entre pares africanos e crioulos, o que postulamos ser uma derivação resultante entre a conjugação do tráfico e crescimento natural da população escrava nesta especificidade Sul-mineira. Procuramos trabalhar, neste segundo momento, as redes de sociabilidades escravas –consangüíneas e rituais, através de análises quantitativas e longitudinais de propriedades eleitas.