Os ataques realizados pelas lontras aos tanques de peixes e o conhecimento dos piscicultores para com a lontra neotropical Lontra longicaudis Olfers, 1818 (Carnívora – Mustelidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Moreno, Marcos Edmor Ladeira lattes
Orientador(a): Andriolo, Artur lattes
Banca de defesa: Oliveira, Eduardo Nakano Cardim de lattes, Pinto, Vicente Paulo dos Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2858
Resumo: A lontra neotropical (Lontra longicaudis) ocorre desde o México até a Argentina, estando entre as espécies de lontra com a maior área de distribuição. Mas apesar desta grande área de distribuição pouco se sabe sobre sua ecologia, comportamento e relação com os homens. O presente trabalho teve como objetivo geral estudar as relações entre os produtores de peixes localizados em 3 Estados brasileiros (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e as lontras, animais estes freqüentemente associados a ataques aos tanques de peixes. Para tal estudo um questionário foi enviado a 50 piscicultores presentes nos estados acima citados, tal questionário continha questões relativas ao levantamento de informações sobre os ataques realizados pelas lontras aos tanques de peixes e se estes geram um conflito entre estas e os piscicultores, assim como questões relativas ao conhecimento dos piscicultores sobre aspectos da ecologia e comportamento das lontras. Os resultados relacionados aos ataques indicam que apesar destes ocorrerem na maior parte das propriedades investigadas, as perdas serem tratadas como grandes pela metade dos investigados e que quanto maior o dano causado maior o sentimento negativo para com as lontras, tais elementos por si só não foram suficientes para a instauração de um conflito entre as lontras e os piscicultores, sendo sim o termo conflito de interesses mais bem colocado, uma vez que a idéia de conflito vem acompanhada de ações danosas entre as partes envolvidas, fato não demonstrado, pois dentre as medidas possivelmente adotadas para a resolução da predação pelos produtores a morte do animal figurou em último lugar. Alguns métodos foram propostos pelos produtores para a solução da predação, em destaque: a utilização de cães, a implementação de cercas e a baixa estocagem de peixes nos tanques. Com relação ao conhecimento dos produtores para com as lontras, estes nos forneceram informações sobre a presença destas em suas propriedades, pequenos córregos e brejos como principais locais de sua ocorrência, tendo as lontras como período de atividade toda a extensão do dia, com picos matutinos e noturnos, sendo animais de hábitos solitários ainda que relatos do avistamento destas em grupos tenham sido freqüentes e com o status atual de sua presença na natureza considerado estável pelos piscicultores que também colocaram que antigamente seu número fora maior. Aspectos de difícil avaliação como a caça e motivos desta também foram avaliados. As 7 abordagens do conhecimento dos produtores de peixes, apresentada neste trabalho foram efetivamente substanciais à obtenção e acréscimo de informações relativas às lontras. Embora exista, obviamente a necessidade de investigar mais detalhadamente algumas das informações obtidas junto aos produtores antes que sua veracidade possa ser atestada, os dados aqui relatados todos a partir do conhecimento dos produtores são uma importante fonte de embasamento e direcionamento para ações conservacionistas a serem desenvolvidas na região, além de contribuírem significantemente para o aumento do conhecimento das relações homem e natureza.