O fio de Ariadne: uma leitura do inconsciente cultural brasileiro registrado pela literatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Assis, Luciana Ornelas Martins lattes
Orientador(a): Silva, Teresinha Vânia Zimbrão da lattes
Banca de defesa: Rocha, Enilce do Carmo Albergaria, Ribeiro, Gilvan Procópio, Silva, Anderson Pires da, Silva, Maria Andreia de Paula
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11158
Resumo: O presente trabalho propõe um diálogo entre a Literatura e a Psicologia Analítica, com o objetivo de estudar os registros literários do inconsciente cultural brasileiro presentes nas obras Iracema, de José de Alencar, Macunaíma, de Mário de Andrade, e Maíra, de Darcy Ribeiro. Para isso, utiliza, além dos estudos de Jung sobre o inconsciente coletivo e dos trabalhos de pós-junguianos sobre o inconsciente cultural, o conceito de monomito, proposto por Joseph Campbell, as considerações do psicólogo e antropólogo brasileiro Roberto Gambini, que se propôs a colocar a sociedade brasileira no divã, as análises de Joseph Henderson, sobre a evolução do ciclo dos heróis, e de Erick Neumman, que estudou as etapas da jornada heroica como fases do desenvolvimento do ego - seja ele de um único ser humano ou de uma coletividade. Com o objetivo de enriquecer os estudos realizados, utiliza também das proposições de críticos literários como Tzvetam Todorov, Gilda de Souza Mello, Silviano Santiago, Eneida Leal Cunha, Teresinha Vânia Zimbrão da Silva e Alfredo Bosi, dentre outros. Partindo do pressuposto junguiano de que os heróis são arquétipos do inconsciente coletivo e de que suas características e suas histórias revelam também as características e as histórias das sociedades que os produziram, são analisadas as trajetórias heroicas de Iracema, Martim, Macunaíma, Isaías e Alma, personagens centrais das obras citadas, como representações da trajetória heroica da sociedade brasileira em busca do si mesmo, durante o período de cem anos que compreende a escrita desses romances. O que se observa são os registros literários de uma sociedade em busca da própria identidade, tentando se autorresgatar, emergir dos escombros de aniquilamento de sua cultura acumulados durante vários séculos de colonização, de escravidão e de esvaziamento. Observa-se, ainda, o desenvolvimento no ciclo do herói: do Trickster, em Macunaíma, para o Hare, em Maíra.