Atividade forrageadora da vespa social Polistes versicolor (Olivier, 1791) (Hymenoptera, Vespidae) em plantio de eucalipto no município de Juiz de Fora, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Elisei, Thiago lattes
Orientador(a): Prezoto, Fábio lattes
Banca de defesa: Auad, Alexander Machado lattes, Zanúncio, José Cola lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4456
Resumo: Na procura por recursos as vespas interagem com diversas espécies da fauna e flora do ambiente onde reside. A importância deste grupo como entomofauna associada à diversas espécies de plantas têm sido corroborada por estudos que evidenciam os visitantes dos nectários florais de diversas espécies de vegetais. Além disso, diversos autores trazem informações da ação de predação de vespas sociais em diversos grupos de invertebrados, utilizando a proteína animal provinda destas presas na alimentação de suas crias. Desta forma, o estudo do horário de forrageio, material forrageado e a transferências de colônias para outras áreas, utilizando a espécie Polistes versicolor como teste, objetivos deste estudo, podem evidenciar características da espécie que revelem seu potencial em planos de manejo que visam sua utilização como agente de controle de pragas do eucalipto. Além disso, as informações acerca do horário de atividade de forrageio da espécie estudada pode auxiliar táticas de manejo integrado envolvendo controle e biológico e químico. No período de janeiro a dezembro de 2007, foram realizadas 24 observações da atividade forrageadora de colônias de P. versicolor presentes em um eucaliptal, no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, totalizando 240 horas de registros. Durante 10 horas de observação diária foram registradas, a cada 30 minutos, a luminosidade, velocidade do vento, umidade e temperatura do ar nas proximidades da colônia, além disso, foram registrados e qualificados, também a cada 30 minutos, os retornos das operárias, seguindo metodologia já aplicada no estudo comportamental de vespas sociais. No mesmo período foram transferidas 20 colônias de P. versicolor, em estágio de pós-emergência, retiradas de edificações humanas e transferidas para abrigos artificiais instalados na plantação de eucalipto estudada. A atividade forrageadora de P. versicolor iniciava por volta das sete horas e trinta minutos e se estendia até ás 18 horas. As vespas saiam em média por hora 9,62 ±16,67 (0-84) com um total de 1792 saídas nas 240 horas de observação, e retornaram também em média por hora, 9,76 ±18,14 (0-87) com um total de 1809 nas horas de observação. A atividade das colônias foi mais intensa no período compreendido entre as 10 horas e ás 15 horas. O teste de correlação de Spearman revelou que as saídas de operárias de P. versicolor foram estimuladas pelo aumento da luminosidade e temperatura do ar, e pela diminuição da umidade relativa do ar. O teste de regressão linear múltipla mostrou que a temperatura do ar é a variável que a mais influenciou a atividade forrageadora. Foram registrados 1809 retornos sendo que 51,63% foram com néctar; 6,85% água; 4,7% fibra vegetal; 19,40% improdutivos e 17,41% com presas. As operárias de P. versicolor predaram exclusivamente lagartas de lepidópteros, sendo estas a única fonte de proteína animal oferecidas aos imaturos que se desenvolviam na colônia. As 20 colônias P. versicolor transferidas no trabalho obtiveram 85% de sucesso, evento caracterizado pelo fato de após o estabelecimento da colônia no abrigo artificial, os indivíduos permaneceram no ninho. O presente estudo revelou que P. versicolor apresentou características que possibilitam seu uso em programas de manejo integrado de pragas empregando vespas como agentes de controle biológico.