Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ferrari, Flávia Bonizol
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Orientador(a): |
Menini Neto, Luiz
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Banca de defesa: |
Pereira, Jaqueline Dias,
Vitarelli, Narah Costa,
Chedier, Luciana Moreira,
Coutinho, Ana Joffily |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ecologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10071
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Resumo: |
Alterações anatômicas são decisivas na capacidade de adaptação das espécies a diferentes condições ambientais, resultando na exploração de novos nichos e aumento da tolerância ambiental. Os caracteres anatômicos podem variar em função de fatores abióticos como temperatura, luminosidade, umidade relativa do ar, velocidade do vento e disponibilidade de água. As folhas revelam que o estresse, principalmente o hídrico, é uma importante força seletiva ao desenvolvimento de estratégias para a aquisição e armazenamento de água pelas plantas. As condições adversas de baixa luminosidade e déficit hídrico e nutricional aos quais as epífitas estão submetidas implicam no desenvolvimento de adaptações anatômicas foliares que garantam a sobrevivência destas espécies em ambientes sombreados e de escassez hídrica e nutricional. A anatomia é uma importante ferramenta no entendimento das estratégias adaptativas das plantas, pois avaliações quantitativas e qualitativas dos tecidos podem elucidar a relação entre trocas gasosas, absorção de água e a estrutura da folha. Diante do reduzido número de informações sobre a anatomia de epífitas, foi realizada a caracterização anatômica foliar de 40 espécies epifíticas ocorrentes nas nanoflorestas do Parque Estadual do Ibitipoca, relacionando os caracteres anatômicos à taxonomia do grupo e às condições de epifitismo. Foram realizados cortes transversais e dissociações epidérmicas da região mediana de folhas de cinco indivíduos de cada espécie. O material foi processado, corado e montado seguindo técnicas usuais em Anatomia Vegetal. Foram realizadas medidas micromorfométricas de cortes transversais e de dissociação epidérmica. Também foram realizadas análises de agrupamento e ordenação de caracteres qualitativos e quantitativos através dos métodos de UPGMA e PCA, respectivamente. Das 40 espécies analisadas, 19 apresentaram cutícula fina e 17 espécies, cutícula espessa. Em três espécies de Orchidaceae a cutícula da face adaxial é espessa e da abaxial é fina, ocorrendo o inverso apenas em Nematanthus strigillosus. A maioria das espécies é hipoestomática, com estômatos no mesmo nível das demais células epidérmicas. As espécies podem ser glabras ou apresentarem diferentes tipos de tricomas, como: tricomas glandulares em várias espécies de Orchidaceae, em Peperomia e em Nematanthus strigillosus; tricomas tectores em N. strigillosus, P. mandioccana, Pecluma pectinatiformis e em Hymenophyllum polyanthos; tricomas claviformes em quatro espécies de samambaias e escamas foram observadas em todas as Bromeliaceae e Pleopeltis. Hipoderme aquífera ou tecido parenquimático armazenador de água foram observados em todas as espécies de Orchidaceae e Bromeliaceae, em Hillia parasitica, Nematanthus strigillosus e em Microgramma squamulosa. Parênquima clorofiliano homogêneo foi verificado em Orchidaceae, em Tillandsia, Peperomia, Pecluma pectinatiformis, Asplenium auritum e Cochlidium punctatum. Nas demais espécies, o parênquima clorofiliano é dorsiventral. Tecido mecânico, fibras ou hipoderme mecânica, foi verificado na maioria das espécies. A grande maioria das espécies analisadas apresentou baixa densidade estomática e de tricomas. Vinte espécies apresentaram folhas espessas e em dezenove das quarenta espécies avaliadas, verificou-se alta razão entre tecido clorofiliano e não clorofiliano. De acordo com as análises estatísticas, verificou-se que o principal caráter que sustenta a separação dos grupos de epífitas deste estudo é a densidade estomática. As epífitas apresentam várias adaptações relacionadas à economia e absorção de água, apresentando particularidades anatômicas que as qualificam como um grupo funcional. Entretanto, não há um conjunto de atributos anatômicos que caracteriza as epífitas, indicando que outros fatores estariam envolvidos na adaptação destas espécies ao ambiente epifítico. |