O trágico e os mortos sem sepultura da ditadura civil-militar brasileira: K., Ainda estou aqui e Antes do passado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Táscia Oliveira lattes
Orientador(a): Noronha, Jovita Maria Gerheim lattes
Banca de defesa: Faria, Alexandre Graça lattes, Carrizo, Silvina Liliana lattes, Figueiredo, Eurídice lattes, Campos, Laura Barbosa lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6003
Resumo: O objetivo desta pesquisa é tentar traçar um paralelo entre o mito de Antígona, a partir do texto de Sófocles, e as narrativas K.: relato de uma busca, de B. Kucinski, Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva, e Antes do passado: o silêncio que vem do Araguaia, de Liniane Haag Brum, sob a perspectiva trágica da interdição à sepultura. A tragédia da heroína grega que desafia o Estado e enterra, com as próprias mãos, o corpo do irmão Polinices, serve de ponto de partida para uma reflexão acerca do sofrimento daqueles impedidos de sepultar seus parentes torturados, assassinados e desaparecidos durante a ditadura civil-militar brasileira, entre os quais estão Ana Rosa Kucinski Silva, Rubens Paiva e Cilon Cunha Brum. Nas três narrativas, a investigação aponta a existência de elementos que permitem perceber que a dor e o luto se transformam numa herança familiar e que a literatura se apresenta como uma forma de epitáfio. Após o Brasil começar a exumar as memórias traumáticas do período ditatorial, com os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, realizados de 2012 a 2014, a experiência trágica mostra como esses lutos individuais e familiares se inscrevem também num espectro mais amplo de sofrimentos e inquietações coletivas e chama a atenção para as (im)possibilidades de reconciliação e de perdão.