Memória e encenação no filme de família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Ana Clara Campos dos lattes
Orientador(a): Musse, Christina Ferraz lattes
Banca de defesa: Blank, Thaís Continentino lattes, Thome, Claudia de Albuquerque lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4067
Resumo: O objetivo geral desta dissertação é analisar de que maneira as pessoas costumavam filmar e aparecer em filmes de família na década de 1970, período em que não havia tanta facilidade, como hoje, em registrar a vida privada. A pesquisa bibliográfica abrange estudos sobre memória e vida privada, com autores como Paul Thompson, Philippe Ariès e Anne MartinFugier, acerca do filme de família, cujos principais autores que utilizamos são Roger Odin, Elizabeth Czach e Thaís Blank, e sobre mise-en-scène, com base nos conceitos de Jean-Louis Comolli, Jacques Aumont e Fernão Pessoa Ramos. Uma das metodologias utilizadas foi a das entrevistas de história oral, feita com dois cinegrafistas: um fotógrafo (Márcio Assis) e uma funcionária pública aposentada (Eliana Tolentino), apontando-se as semelhanças e diferenças entre duas pessoas com trajetórias e estilos de filmagem distintos. Após observação atenta de seus filmes, podemos definir o realizador de filmes de família como cinegrafista participante: trata-se de um sujeito que é personagem secundário da ação filmada e registra os eventos de forma testemunhal, a partir de seu próprio ponto de vista; por vezes, não tem a intenção de interferir no que está acontecendo, por outras, age como “diretor” e demanda a interpelação dos personagens. Para estudar a encenação de si (auto-mise-en-scène) no filme doméstico, foram selecionadas cerca de duas horas de filmes domésticos em Super 8 digitalizados que compõem nosso corpus. A análise fílmica foi feita, principalmente, com base em conceitos definidos por Carlos Gerbase sobre enquadramentos, movimentações da câmera, etc. Com este estudo, foram criadas sete categorias de encenação das personagens: fotográfica (personagem imóvel), normal (aparentemente não percebe a câmera), simulada (sabe da filmagem, mas age “naturalmente”), esquiva (tenta se esconder da câmera), encabulada (demonstra vergonha ao ser filmado), gestual (personagem faz um gesto para a câmera) e espetacular (atuação feita aparentemente em função da câmera). Com esta investigação pretende-se colaborar, especialmente, com os estudos sobre filmes de família – escassos no Brasil – e sobre a auto-mise-en-scène no cinema.