Estudo da degradação forçada em meio alcalino do molnupiravir por cromatografia eletrocinética micelar capilar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Candido, João Marcos Beraldo lattes
Orientador(a): Oliveira, Marcone Augusto Leal de lattes
Banca de defesa: Duarte, Lucas Mattos lattes, Silva, José Alberto Fracassi da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Química
Departamento: ICE – Instituto de Ciências Exatas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
NHC
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16793
Resumo: A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, sendo declarada como uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2021, e que ainda representa uma ameaça à saúde pública. Atualmente, alguns medicamentos são recomendados pela OMS como abordagem terapêutica no enfrentamento da crise sanitária. Dentre eles, o molnupiravir é o primeiro antiviral oral anti-SARS-CoV-2 a obter aprovação pelos órgãos sanitários de diversos países, inclusive no Brasil. Tendo em vista a natureza recente das terapias antivirais no combate a COVID-19, assegurar a segurança e eficácia apropriadas na produção desses medicamentos depende da garantia no controle de qualidade das matérias-primas. O molnupiravir é um pró-fármaco do β-D-N 4 -hidroxicitidina (NHC), uma estratégia para aumento da sua biodisponibilidade. Além disso, o NHC é relatado como subproduto em diversas rotas sintéticas totais e metabólito do molnupiravir, considerações que evidenciam a necessidade do monitoramento simultâneo de ambas as substâncias, no contexto de produtos farmacêuticos. O objetivo deste trabalho foi desenvolver e otimizar um método analítico para análise de molnupiravir em matéria-prima, e aplicar esta metodologia em uma abordagem investigativa para o seu estudo de degradação forçada (EDF). Em seu desenvolvimento, a separação de molnupiravir e NHC foi avaliada por técnicas de eletroforese capilar de zona: em solução livre e em fase micelar, utilizando detecção na região ultravioleta em 236 nm. O eletrólito foi otimizado a partir de um planejamento fatorial 32 , no qual avaliouse a influência do valor de pH e a concentração do surfactante na eficiência de separação dos fármacos. O método otimizado consistiu na análise de molnupiravir por cromatografia capilar eletrocinética micelar mediante o uso de capilar de sílica fundida revestido externamente com poliimida com comprimento total de 48,5 cm (40,0 cm efetivo), 75 μm diâmetro interno; temperatura do cartucho mantida em 25,0 ºC; tensão positiva de 20 kV; injeção hidrodinâmica de 25 mbar por 4 s; eletrólito constituído por solução tampão carbonato (NaHCO3/Na2CO3) na concentração de 20 mmol L-1 , em pH 10,4; e dodecil sulfato de sódio na concentração de 60 mmol L-1 ; com tempo total de análise de 12 minutos. Alguns parâmetros de mérito analítico foram avaliados, de maneira que a seletividade foi certificada, e a exatidão do método, cujos valores variam de 91 a 113%, foi estabelecida por ensaios de recuperação em três níveis de concentração. Não foram encontradas impurezas na matéria-prima analisada. A avaliação da estabilidade química das formulações farmacêuticas é uma temática da saúde pública, visto que a instabilidade pode reduzir o efeito terapêutico ou expor os usuários a produtos de degradação (PDs) potencialmente tóxicos. Com isso, o EDF foi realizado expondo a matéria-prima às condições de estresse em meio alcalino. A partir da metodologia analítica implementada, até cinco produtos de degradação foram detectados. Estima-se que um destes PDs seja o NHC, considerando a caracterização por espetroscopia UV-VIS, demonstrando a potencialidade do método como indicativo de estabilidade diante do recorte experimental investigado, auxiliando em outros EDF sob outras condições de estresse, e no desenvolvimento de futuras formulações.